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Som da Liberdade: Entenda como o filme se tornou um dos mais polêmicos do ano
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Som da Liberdade: Entenda como o filme se tornou um dos mais polêmicos do ano

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Aventuras Na História
23/08/2023 19h43
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©Divulgação/Angel Studios
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Neste ano, os cinéfilos de (quase) todo o mundo já foram presenteados com diversas obras que, além de dignas de elogios por seus quesitos técnicos, foram alvos de várias polêmicas. Exemplo disso são os recentes 'Barbie', de Greta Gerwig, e 'Oppenheimer', de Christopher Nolan, banidos em alguns países, cada um por suas próprias razões.

Ainda assim, restam mais quatro meses até o fim de 2023, e por isso as portas para novas produções seguem abertas, sendo ainda possível que surja uma obra capaz de impactar ainda mais pessoas. Uma forte candidata a isso é 'Som da Liberdade', dirigido por Alejandro Monteverde, e que tem estreia prevista nos cinemas brasileiros em 21 de setembro. A pré-venda de ingressos, porém, iniciou-se na última segunda-feira, 21.

Diferentemente de outros grandes block busters, o longa não estreou simultaneamente em seu país de origem — Estados Unidos — e no Brasil. A estreia internacional ocorreu em 4 de julho. Em pouco tempo desde sua estreia, foi considerado 'um dos filmes mais polêmicos do ano'. Entenda!

Cena de 'Som da Liberdade', novo e polêmico filme de Alejandro Monteverde
Cena de 'Som da Liberdade', novo e polêmico filme de Alejandro Monteverde / Crédito: Reprodução/Angel Studios

'Som da Liberdade'

Parte da polêmica do filme 'Som da Liberdade' ('Sound of Freedom' em inglês), dirigido e escrito por Alejandro Monteverde, se deve pelo fato de ser inspirado na história real de Tim Ballard (interpretado por Jim Caviezel), um ex-agente do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos que larga a função para combater o tráfico sexual de pessoas. Ele passa a "fazer justiça com as próprias mãos".

No filme, especificamente, acompanha-se Ballard em uma de suas missões, a qual o leva até a América Latina visando resgatar crianças dos cartéis. 

No entanto, uma das razões para polêmica em torno do filme é o fato de que não só a produção pode conter divergências com relação aos relatos do verdadeiro Tim Ballard, como ele próprio já foi contestado por vários veículos.

"Ballard disse repetidamente que a OUR [Operation Underground Railroad, ou seja, a organização sem fins lucrativos contra o tráfico sexual] desempenhou um papel central em um grande caso de combate ao tráfico humano no estado de Nova York e insinuou que ajudou a resgatar uma vítima desse caso, quando, na realidade, de acordo com transcrições judiciais e outros registros analisados pela VICE World News, a vítima corajosamente escapou do seu traficante por conta própria", atesta uma publicação de 2020 da VICE News.

Filme engavetado

Outro fato sobre 'Som da Liberdade', é que, por mais que o filme tenha sido lançado agora, fora gravado há bastante tempo: em 2018, para ser mais preciso, quando seria distribuído por uma subsidiária latino-americana da 20th Century Fox. Porém, o estúdio foi comprado pela Disney, que decidiu engavetar o projeto — e assim permaneceu por 5 anos.

Eventualmente, o produtor Eduardo Verástegui recuperou os direitos do longa, e ofereceu-os à Angel Studios, uma distribuidora bem menor, conhecida por algumas produções de cunho cristão. 

QAnon?

No entanto, a verdadeira razão para o novo longa-metragem causar tanto rebuliço é que é apontado como um veículo para pessoas mergulharem em teorias da conspiração e também para apoiadores da QAnon, uma teoria da extrema-direita estadunidense que afirma existir uma espécie de elite global composta por satanistas, canibais e pedófilos que sequestrariam crianças para beber seu sangue.

Os mesmos conspiracionistas que colaboram para a difusão da QAnon, no caso, foram apontados como responsáveis no Ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021, quando acreditavam que Donald Trump sofria perseguição desses grupos. O ex-presidente americano, inclusive, promoveu uma exibição especial do longa, segundo o site Omelete.

E o clássico embate ideológico-político norte-americano iniciou-se, mais uma vez, agora fomentado pela discussão em torno do filme, e especialmente da possibilidade de ser uma espécie de porta-voz QAnon. 

Membro do QAnon segurando um 'Q' enorme em evento pró-Trump em 2018 / Crédito: Getty Images

O próprio ator Jim Caviezel, que dá vida ao protagonista de 'Som da Liberdade', criticou os veículos que falam mal de seu novo trabalho, em entrevista à Fox News: "Eles estão cagand* nas calças. Tremendo de medo. É porque o público está ouvindo seus corações, exatamente o que este filme sugere que se faça", disse.

No entanto, a fala de Caviezel também se faz suspeita, visto que este também já possui certo histórico conhecido com a QAnon: em 2021, ele se tornou assunto nas redes sociais depois de viralizar em um discurso na 'For God & Country: Patriot Double Down', um evento relacionado a apoiadores da QAnon.

Embora o filme tenha sido associado a teoria da conspiração, a Angel Studios disse que o longa não foi inspirado na conspiração.

Salas vazias

As suspeitas em torno da produção, porém, não parariam por aí: desde seu lançamento, ele já arrecadou mais de US$ 124 milhões em bilheterias, o que seria um forte indicativo de sucesso, considerando-se que a produção contou com um orçamento de míseros US$ 14 milhões — quase 10 vezes menos.

Claro que todas as polêmicas já mencionadas seriam suficientes para justificar números tão exorbitantes assim. O estranho, porém, é que vêm viralizando nas redes sociais vários vídeos de pessoas dentro de sessões de 'Som da Liberdade', mas mostrando salas de cinema vazias, diferentemente do que se espera de um filme com tanto lucro nas bilheterias, como se uma única pessoa comprasse muitos ingressos para o filme parecer um sucesso.

Fato é que, depois de cinco anos engavetado e possuir relações a uma polêmica teoria conspiratória, 'Som da Liberdade' definitivamente marcará 2023 como uma das produções mais controversas do ano.

Cena de 'Som da Liberdade'
Cena de 'Som da Liberdade' / Crédito: Reprodução/Angel Studios

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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