Titanic: As teorias da conspiração sobre o naufrágio mais famoso da história
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O RMS Titanic enviou pedidos de socorro nas primeiras horas de 15 de abril de 1912. O transatlântico tinha apenas quatro dias de viagem — partindo do porto de Southampton (Inglaterra) com destino à Nova York (EUA) — quando colidiu contra um iceberg na costa de Newfoundland, na costa do Canadá.
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Maior navio de passageiros de sua época, o Titanic chegou a ser considerado "inafundável", mas cerca de três horas após a colisão, a embarcação afundou completamente. A tragédia vitimou mais de 1.500 pessoas.
Depois que o Titanic naufragou, várias teorias da conspiração emergiram. Entre o simples e plausível ao extremo e surreal, confira algumas teorias mais populares sobre o naufrágio mais famoso da história.
O Titanic nunca afundou
Uma das teorias mais elaboradas sobre o naufrágio do Titanic surgiu através do livro 'Titanic: The Ship that Never Sank?', publicado por Robin Gardiner em 1998. Na obra, Gardiner aponta que o Titanic nunca afundou. Mas como isso é possível?
Acontece que, no início da década de 1910, a White Star Line, empresa de navegação, encomendou três navios: o RMS Titanic, o RMS Britannic e o RMS Olympic — e é justamente este último por trás da teoria.
Acontece que em setembro de 1911, o RMS Olympic colidiu contra outro navio na costa sul do Reino Unido. Devido ao acidente, ele ficou com dois grandes buracos no casco e com danos à hélice — que exigiriam dinheiro e tempo que deveriam ser gastos com a preparação do Titanic.
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Desta forma, Robin afirma que, para recuperar o dinheiro perdido com o Olympic, a White Star Line o utilizou como se fosse o Titanic. Sendo assim, quando o navio afundasse, a empresa receberia o valor pelo seguro da embarcação 'nova' e ainda ficaria com um barco sem uso.
O conspiracionista aponta que ambos os navios eram extremamente semelhantes, com poucas diferenças entre eles, como o número de vigias: 16 do Olympic e 14 do Titanic. Além disso, a primeira foto do Titanic mostra a embarcação com 16 vigias e não 14.
Outro ponto é que passageiros importantes, como o banqueiro milionário J.P. Morgan (que era dono do navio), desistiram da viagem no último minuto. Isso teria acontecido porque eles sabiam que o Titanic estaria 'condenado'.
Por fim, Robin Gardiner também cita o comportamento inexplicável do SS Californian, que também pertencia a J.P. Morgan. O navio, que estava próximo ao Titanic, viu os sinais de socorro do transatlântico, mas não tomou nenhuma ação para ajudar.
O SS Californian deveria ser o navio de resgate do Titanic e já tinha tudo planejado para isso, visto que transportava 3.000 cobertores e suéteres de lã, mas nenhum passageiro. Entretanto, erros de cálculo sobre a rota do transatlântico o teriam tirado do caminho do naufrágio.
Vale ressaltar, porém, que a teoria já foi considerada infundada por especialistas. Segundo a Reuters, muitas das "evidências" apontadas por Gardiner estão incorretas ou possuem uma explicação alternativa, especialmente as evidências físicas.
Um exemplo disso seria que, embora os registros iniciais mostrem que o Titanic tinha 14 vigias, mais duas foram adicionadas antes da viagem — algo que também aconteceu com o Olympic. Além disso, o Titanic estava segurado apenas por dois terços de seu custo, o que ainda causaria prejuízo para a White Star Line em caso de golpe.
Eliminar rivais
Usando um ponto da teoria anterior, esta destaca o fato de J.P. Morgan ter desistido de viajar no RMS Titanic. Acontece que essa especulação afirma que Morgan não só sabia do naufrágio como foi o cérebro por trás de toda a trama.
Afinal, antes da viagem, ele estava pressionando pela criação de um sistema bancário centralizado nos Estados Unidos; que mais tarde se tornaria a Reserva Federal dos EUA. Assim, embora ele não tenha embarcado no Titanic, outros três personagens do mundo financeiro estavam — e a morte deles foi premeditada. Eles eram John Jacob Astor IV, Isidor Straus e Benjamin Guggenheim, que morreram na tragédia.
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A teoria aponta que Morgam planejou o naufrágio da embarcação pelo fato de Astor, Straus e Guggenheim se oporem ao seu projeto da criação da Reserva Federal. No entanto, não há provas disso.
Segundo o The New York Times, aliás, Straus estava a favor do plano de Morgan — enquanto Astor e Guggenheim não assumiram uma posição pública sobre um sistema bancário centralizado.
Sobre a desistência de J.P. Morgan, o historiador Don Lynch, da Titanic Historical Society, sugere que banqueiro "disse que a França estava mudando suas leis para impedir que os americanos exportassem tesouros artísticos daquele país, então Morgan foi a Paris para supervisionar a obtenção de suas compras fora do país antes que as novas leis entrassem em vigor."
Além disso, embora pudesse existir o planejamento, nada garantiria que ele daria certo. "Embora seja verdade que o J.P. Morgan era dono do Titanic e não navegou em sua condenada viagem inaugural, há não há evidências que sugiram que ele perdeu deliberadamente a viagem porque sabia que o navio iria afundar. Os historiadores debateram vários motivos para Morgan cancelar sua viagem, mas nenhum está relacionado à Reserva Federal", disse Lynch à Reuters.
A maldição da múmia
Uma teoria da conspiração relacionada ao RMS Titanic aponta que o navio afundou devido à maldição de uma múmia — a história ganhou popularidade logo após o navio afundar. Em 12 de maio de 1912, o The Washington Post publicou a seguinte manchete: "Fantasma do Titanic: A vingança da múmia Hoodoo seguiu o homem que escreveu sua história".
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Segundo ela, William T. Stead, um editor britânico que era passageiro do Titanic, compartilhou com seus companheiros de viagem a história de uma múmia amaldiçoada — uma antiga "sacerdotisa egípcia" que trouxe infortúnio, destruição e até morte para quem ousasse perturbá-la; ou até mesmo compartilhar sua história com o mundo.
[Stead] contou sobre uma pessoa após outra que sofreu um desastre depois de escrever sua história sinistra", relatou o artigo. "'Eu conheço a história, mas nunca a escreverei', acrescentou o veterano editor."
Acontece que, poucas horas depois de Stead ter contado a história para seus companheiros, o Titanic colidiu contra o iceberg e afundado no Oceano Atlântico. Isso levou muitos a acreditarem que o simples fato de William ter citado a múmia já seria suficiente para o destino trágico dele e de centenas de outros tripulantes.
Com o passar dos anos, essa teoria se expandiu e muitos passaram a dizer que a própria múmia estaria a bordo do RMS Titanic — que teria sido vendida pelo Museu Britânico a um norte-americano que estava viajando para casa no transatlântico.
Entretanto, vale ressaltar, o Museu Britânico confirmou que a chamada "múmia amaldiçoada" nunca saiu de lá. Ainda por cima, ela não seria uma múmia completa, mas apenas a tampa do caixão da Sacerdotisa de Amen-Ra. Por fim, os registros do Titanic não sinalizam que nenhum objeto desta natureza estava sendo transportado.