Virginia Giuffre, que denunciou Jeffrey Epstein, morre aos 41 anos

Virginia Giuffre, uma das sobreviventes mais conhecidas dos crimes de Jeffrey Epstein e peça-chave para expor a rede de tráfico sexual ligada ao financista americano, morreu aos 41 anos. Sua família confirmou em comunicado neste sábado, 26, que ela tirou a própria vida em sua fazenda, na Austrália Ocidental, onde viveu nos últimos anos.

É com o coração profundamente partido que anunciamos que Virginia faleceu ontem à noite. No final, o custo do abuso que sofreu por toda a vida se tornou insuportável", declarou a família.

Segundo o 'The Guardian', Giuffre deixou três filhos, Christian, Noah e Emily, descritos como "a luz de sua vida".

História emblemática

A história de Virginia tornou-se emblemática da luta contra o tráfico sexual internacional. Alistada ainda adolescente para trabalhar para Epstein, ela revelou ter sido explorada sexualmente por ele, pela socialite Ghislaine Maxwell, e traficada para diversas figuras influentes — incluindo o príncipe Andrew, contra quem moveu uma ação civil em 2021. O caso terminou em um acordo extrajudicial no ano seguinte.

Descrita por familiares e advogados como uma "guerreira feroz" e "um farol para outras vítimas", Giuffre usou sua voz para romper o silêncio em torno dos abusos cometidos por Epstein e sua rede. "Ela foi heroica e sempre será lembrada por sua incrível coragem e espírito amoroso", disse sua advogada Sigrid McCawley.

As autoridades australianas informaram que os serviços de emergência foram chamados na noite de sexta-feira a uma residência em Neergabby, ao norte de Perth. A morte, embora esteja sob investigação, não é considerada suspeita. Dias antes, Virginia havia mencionado nas redes sociais que estava em estado delicado de saúde após um acidente de carro, mas havia sobrevivido.

Josh Schiffer, advogado que representa outras vítimas de Epstein, destacou a importância da mulher no início das investigações: "Sem sua coragem, o caso contra Epstein talvez nunca tivesse ganho força". Ele também apelou para que a morte de Giuffre reacenda a atenção mundial para a persistente epidemia do tráfico sexual.