Viúva de homem executado com nitrogênio desabafa: 'Onde está a humanidade?'
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Na noite da última quinta-feira, 25, o americano Kenneth Smith foi executado com gás nitrogênio no Centro Correcional William C. Holman, em Atmore, no estado do Alabama. Após a realização do procedimento, a viúva, Deanna Smith, descreveu os últimos momentos do marido.
Estamos num país que acredita na Constituição. Desculpe, mas eu não vejo isso. Esta noite eu vi o meu marido ter convulsão e ficar ofegante, buscando ar, por pelo menos dez minutos", afirmou Deanna, que não soube determinar o tempo exato do procedimento.
Além disso, ela também explicou que assistiu emocionada à morte do marido ao lado dos filhos Steven Tiggleman e Michael Bryant; do amigo Harold Hedgepeth; e do advogado Robert Glass. Em seus últimos minutos, Kenneth agradeceu ao apoio do grupo presente no local e sinalizou que os amava.
Nas semanas que antecederam a execução de Smith, o método que envolve uma máscara de nitrogênio, que até entã era inédito nos Estados Unidos, foi alvo de críticas pelas Nações Unidas e organizações de direitos humanos, que classificaram a prática como “tortura”.
Conforme repercutido pelo jornal Folha de Pernambuco, com informações do DailyMail, o americano permaneceu consciente e resistiu a falta de ar por cerca de dez minutos, até o momento em que sua respiração parou “lentamente” e Kenneth foi declarado morto.
Este método, chamado hipóxia por nitrogênio, é utilizado em casos de suicídios assistido na Europa. Uma vez equipado com a máscara, Smith foi submetido a um fluxo de gás nitrogênio, privando-o de oxigênio até seu falecimento.
Em novembro de 2022, o governo estadual tentou executar Kenneth com uma injeção letal. Porém, os funcionários responsáveis pelo procedimento não encontraram uma veia para inserir o cateter intravenoso.
Após diferentes tentativas, os agentes penitenciários concluíram que não tinham tempo suficiente para efetuar a execução antes da expiração da sentença de morte, marcada para a meia-noite daquele dia.
Relatos
Na coletiva de imprensa desta quinta-feira, Deanna explicou que, após o episódio da execução malsucedida, seu marido desenvolveu um quadro de estresse pós-traumático.
Fizeram parecer como se ele merecesse isso, mas ele não merecia. Ele voltou daquilo mudado. Tinha estresse pós-traumático, depressão, ansiedade" disse a viúva ao DailyMail.
Ela também afirmou que, nos últimos meses, a família do condenado permaneceu com a expectativa de que a execução de Kenneth seria anulada.
"Enquanto todos esperavam pelo Natal, nossa família esperava pela decisão da Corte se o meu marido iria sofrer [ser submetido ao método inédito]. Onde está a humanidade? Onde está a compaixão? Onde está o amor e o perdão?”, finalizou Deanna durante a entrevista coletiva.