Após acidente, homem desperta do coma e acredita estar em 1980
Contigo!

A história surpreendente de Luciano d’Adamo viralizou nas redes sociais na última segunda-feira (28). No ano de 2019, aos 63 anos, o italiano foi atropelado por um carro e sofreu ferimentos com risco de vida antes de entrar em coma. Dias depois, quando acordou, Luciano acreditava que, na verdade, tinha 24 anos e estava em 1980.
Em entrevista ao jornal Il Messaggero, d’Adamo, hoje com 68 anos, conta que sua última memória é do momento em que saiu de casa em Roma, no dia 20 de março de 1980, para um dia comum de trabalho.
Relata que se lembra, também, de ter sofrido um acidente no bairro de Monte Mario, que mudou totalmente o curso de sua vida. No entanto, para ele todos esses eventos teriam acontecido no mesmo dia, sem o intervalo de quase quarenta décadas entre eles.
Nova realidade
Ao acordar no hospital, Luciano relata que não reconheceu seus próprios familiares. Quando viu sua esposa pela primeira vez, ela não era mais a garota de 19 anos com quem havia casado: “Uma estranha entrou na sala”, recorda. “Ela me chamava de Luciano e eu me perguntava como ela sabia meu nome”, disse.
d’Adamo conta que não se lembrava, também, de seu filho de 35 anos. Afinal, ele era anos mais velho do que ele mesmo acreditava ser. O choque continuou quando se deparou, no espelho, com um senhor de 63 anos, e a diferença física foi um momento marcante.
Luciano foi apresentado, também, a um novo mundo com tecnologias totalmente desconhecidas para ele. “Ainda me lembro do espanto de viajar em um carro que me mostrou em uma tela um mapa de Roma, enquanto uma voz dizia: ‘Em 100 metros, vire à direita’”, contou.
Datas históricas e diversas personalidades foram totalmente apagadas da memória de Luciano, assim como viagens realizadas com sua família. “Às vezes eu digo que gostaria de voar em um avião, pois nunca fiz isso. Minha esposa me diz: ‘do que você está falando? Estávamos juntos em Paris’. E eu respondo: ‘você esteve lá, eu não’”, comenta.
Recuperação
Luciano conta que segue em longa jornada de recuperação, com a ajuda de sua esposa e profissionais da saúde. Para se adaptar à realidade, precisa reconstruir sua identidade e seus laços afetivos.
Hoje, trabalha como zelador em uma escola local e está se reintegrando à vida moderna. Ainda não recebeu compensação pelo atropelamento em 2019, já que o motorista nunca foi encontrado.

