Caso Vitória: Polícia indicia único suspeito pela morte da jovem

A Polícia Civil indiciou o único e principal suspeito no caso do assassinato da adolescente Vitória Sousa, em Cajamar, Grande São Paulo. Maicol Santos foi acusado de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. O corpo da vítima, esfaqueada em 27 de fevereiro, foi encontrado uma semana depois, na mesma cidade. Santos, que está preso, foi indiciado nesta segunda-feira (31) e novas diligências foram realizadas em sua residência pela delegacia de Cajamar e peritos do Instituto de Criminalística.

A perícia aguarda os resultados complementares para confirmar se o sangue e cabelo encontrados no carro de Maicol pertencem à Vitória. Em abril, está prevista a reconstituição do crime, momento em que a defesa do acusado não permitirá sua participação, tendo em vista a contestação da confissão obtida durante o interrogatório. A alegação é de que o suspeito foi coagido por policiais, como denunciado em um áudio gravado pela defesa de Santos antes de sua transferência para uma unidade prisional em Guarulhos.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que o depoimento de Maicol foi legal e foi realizado na presença de uma advogada, embora não fosse a defensora do acusado. Durante a confissão, o suspeito alegou ter matado Vitória porque ela ameaçava contar à sua esposa sobre um relacionamento anterior entre eles. No entanto, a defesa argumenta que Maicol confessou devido a pressões por parte dos policiais, que ameaçaram prender seus familiares.

Maicol admitiu ter assassinado a jovem, justificando que agiu sozinho após uma discussão durante uma carona. Ainda que tenha alegado ter dado dois golpes de faca, a vítima foi encontrada com três ferimentos, além do fato de seu corpo ter sido localizado numa cova rasa. Apesar disso, familiares e amigos de Vitória acreditam que houve a participação de terceiros no crime, mas a polícia considera o caso esclarecido, com o suposto autor identificado e a motivação definida.

A investigação destaca que Maicol adotava comportamentos de perseguição obsessiva, o que teria culminado no homicídio de Vitória. A troca de mensagens da vítima com uma amiga, relatando situações de assédio, reforça a sensação de medo que a adolescente vivenciava. O ato realizado por familiares e conhecidos de Vitória em Cajamar, exigindo por "justiça", reflete a busca por respostas e esclarecimentos sobre o trágico desfecho da jovem de 17 anos.