Cientistas injetam material radioativo nos chifres de rinocerontes sul-africanos para combater a caça
ICARO Media Group TITAN
A África do Sul, lar de aproximadamente 80% da população mundial de rinocerontes, há décadas enfrenta um grande desafio com a caça furtiva desses animais. A caça, impulsionada pelo alto valor dos chifres no mercado clandestino, tem dizimado a população desses animais protegidos.
Apesar dos esforços contínuos do governo sul-africano, o ano de 2023 registrou 499 mortes de rinocerontes, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Recentemente, cientistas sul-africanos tem adotado uma nova estratégia, a injeção de material radioativo nos chifres dos rinocerontes. Essa técnica busca facilitar a detecção dos chifres em postos fronteiriços e, com isso, desencorajar a caça ilegal. Para que funcione, a implementação de detectores de radiação, tanto portáteis quanto fixos em portos e aeroportos, é essencial. Esses dispositivos são capazes de identificar o material radioativo nos chifres, facilitando a apreensão de chifres contrabandeados e a captura de traficantes.
Sobre a segurança do uso de materiais radioativos em animais vivos e no meio ambiente é uma preocupação primordial, mas os pesquisadores do projeto asseguram que a dose de material radioativo é suficientemente baixa para não afetar a saúde dos rinocerontes nem causar danos ao ambiente. Isso abre portas para uma aplicação mais ampla dessa estratégia sem prejudicar o ecossistema.
O projeto Rhisotope é um projeto-piloto envolvendo 20 rinocerontes que receberão doses de material radioativo. Esses detectores, inicialmente desenvolvidos para prevenir o terrorismo nuclear, poderão agora auxiliar na proteção desses animais, identificando chifres ilegalmente traficados. O projeto, além de inovador, destaca o papel da ciência na conservação da vida selvagem e na luta contra o comércio ilegal.