Cientistas utilizam porcos para localizar sepulturas clandestinas no México

Pesquisadores estão utilizando porcos enterrados, devido à semelhança genética e física desses animais com os humanos, para localizar sepulturas clandestinas no México. Estima-se que mais de 6.000 tenham sido descobertas desde 2007, mas muitos restos mortais permanecem sem identificação, em um país que enfrenta uma crise de desaparecimentos desde 2006.

No México há mais de 130 mil pessoas desaparecidas — os cartéis escondem suas vítimas em valas secretas para evitar investigações. A iniciativa, desenvolvida por cientistas das Universidades de Guadalajara, Nacional Autônoma do México e de Oxford, além da Comissão de Busca de Jalisco, envolve o estudo da decomposição dos porcos enterrados para simular diferentes condições de corpos humanos. Eles foram escolhidos porque compartilham cerca de 98% do DNA humano e têm corpo, gordura e pele semelhantes.

José Luis Silván, coordenador do projeto, ressaltou a importância dos detalhes observados durante as buscas, como o crescimento de flores amarelas sobre túmulos, que são consideradas um sinal por mães em busca de seus filhos desaparecidos. As famílias dos desaparecidos lideram as buscas, empregando métodos como perfuração do solo com  varas de metal para identificar possíveis locais de sepultamento.

No México, a violência aumentou desde que o governo federal intensificou o combate ao narcotráfico em 2006, levando os cartéis a sequestrarem e fazerem pessoas "desaparecerem" para evitar deixar rastros. Jalisco destaca-se como o estado com maior número de desaparecidos, com aproximadamente 15,5 mil casos atribuídos ao Cartel Nova Geração de Jalisco. Com o uso de tecnologias como drones térmicos, o projeto busca auxiliar essas famílias a tornar as buscas mais eficientes e seguras.

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