Diretor do Deic afastado do cargo após denúncias de corrupção
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O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, será afastado do cargo após retornar de férias em janeiro. Ele foi citado na delação de Vinícius Gritzbach sobre extorsões realizadas por policiais civis para influenciar o inquérito sobre a morte do líder do PCC, Anselmo Santa Fausta. Na última terça-feira (17/12), uma operação da Polícia Federal prendeu sete policiais civis envolvidos no caso, incluindo o delegado Fabio Baena, enquanto o investigador Rogério de Almeida Felício está foragido.
A corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, também pediu afastamento após a delação de Gritzbach, que mencionava seu sobrinho, o investigador Eduardo Monteiro, preso na mesma operação da Polícia Federal. Gritzbach revelou que pagou propina a um advogado, Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves, para resolver questões legais, e apontou a participação de autoridades policiais e políticos no esquema.
Segundo a delação, o advogado ofereceu supostos contatos com Lopes e outros policiais para "resolver todos os problemas dele com a polícia", como a devolução do passaporte apreendido com autorização judicial, o desbloqueio de todos os bens e poder responder em liberdade todos os processos. Gritzbach teria transferido R$ 5 milhões para Gonçalves, em espécie e em bens como dois apartamentos.
Entre os contatos citados pelo advogado estariam o delegado Lopes, então diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e os deputados estaduais Delegado Olim (Progressistas) e Carlão Pignatari (PSDB), então presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em nota, Lopes afirmou que Gritzbach não obteve nenhuma vantagem e continuou com bens e o passaporte bloqueados. Já o deputado Olim afirmou que a acusação é mentirosa e que Gonçalves utilizou os nomes de várias autoridades para obter vantagens.
O empresário Vinícius Gritzbach foi assassinado em 8 de novembro no aeroporto internacional de Guarulhos, dias após realizar novas denúncias de corrupção à Corregedoria da Polícia Civil. Cinco policiais civis foram apontados em suas delações, resultando na prisão de quatro deles, incluindo o delegado Fábio Baena e os investigadores Eduardo Monteiro, Marcelo Souza e Marcelo Ruggieri. Todos os agentes encontram-se detidos no Presídio Especial da Polícia Civil, enquanto o quinto agente, Rogério Almeida Felício, permanece foragido.
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