Estudo revela nova espécie de titanossauro que viveu na Caatinga
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Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) fizeram uma descoberta marcante na região da Caatinga. Uma nova espécie de titanossauro, batizada de Tiamat valdecii, foi encontrada a cerca de 20 quilômetros da cidade de Quixeré, na fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte.
Foto: Divulgação/UFG
Segundo a UFG, essa é a primeira vez que uma espécie de dinossauro é encontrada na região da Bacia Potiguar. Os pesquisadores passaram 15 dias na região da Caatinga, enfrentando chuva e calor, até encontrarem as vértebras caudais do titanossauro.
O Tiamat valdecii pertence ao grupo dos titanossauros, que são saurópodes conhecidos pelo seu corpo robusto, cabeça pequena e alongada, pescoço curto e cauda longa.
A pesquisa revelou que essa nova espécie possui características distintas de outros titanossauros. Suas vértebras caudais possuem uma forma côncava na frente, o que representa o registro mais antigo desse tipo no Brasil. Além disso, essas vértebras possuem estruturas que ajudam a conectar uma vértebra à outra, proporcionando maior estabilidade e liberdade de movimento à cauda do animal.
Foto: Divulgação/UFG
O achado na região da Caatinga também revelou a presença de vértebras incompletas de dinossauros rebbachisaurídeos, outro grupo de saurópodes caracterizado por pescoços e caudas longas. Isso sugere que pelo menos dois grupos diferentes de saurópodes habitaram a área.
A descoberta de Tiamat valdecii preenche uma lacuna importante no conhecimento sobre a radiação dos titanossauros ao redor do mundo durante o Cretáceo Inferior. Isso apoia a teoria de uma diversificação mais ampla desses dinossauros no Brasil nesse período.
O estudo, resultante do projeto de pesquisa "Prospecção e estudo paleobiológico e sistemático da paleobiota das bacias de Itaboraí e Potiguar", coordenado pela professora Lilian Paglarelli Bergqvist, foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O estudo foi publicado na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society .
Essa descoberta histórica representa um avanço significativo no conhecimento sobre os dinossauros brasileiros e ressalta a importância da preservação e pesquisa paleontológica nas diferentes regiões do país.
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