Frente de esquerda e centro lidera "boca de urna" para o segundo turno das eleições legislativas na França

As projeções para as eleições do segundo turno do poder legislativo francês indicam que a Nova Frente Popular, coligação de partidos de esquerda lidera o pleito, seguida pela coligação de Macron, atual presidente da França, enquanto o partido Reunião Nacional, de direita radical, aparece em terceiro lugar. De qualquer maneira, tudo indica que nenhuma das três frentes conseguirá maioria absoluta no parlamento, o que equivaleria a 289 assentos do total de 577.

Este resultado é considerado surpreendente, pois o partido Reunião Nacional havia obtido uma vitória histórica no primeiro turno das eleições, realizado em 30 de junho. No entanto, nos últimos dias, o caminho para o poder se tornou mais difícil para a líder do partido, Marine Le Pen.

Após o sucesso nas urnas no primeiro turno, Macron e a esquerda decidiram unir forças para enfrentar o Reunião Nacional no segundo turno das eleições parlamentares. Jean-Luc Mélenchon, líder da frente de esquerda, expressou sua disposição em governar, conforme indicado pelas pesquisas de boca de urna.

A fim de impedir o avanço do Reunião Nacional no poder, centristas e esquerdistas retiraram mais de 200 candidatos da disputa, concentrando os votos nos candidatos com melhores colocações. Dessa forma, em muitos distritos eleitorais onde havia três candidatos concorrendo (um da direita radical e dois de centro ou esquerda), restaram apenas dois, garantindo que os votos não fossem dispersos e que os eleitores pudessem optar por uma alternativa contra Le Pen, fosse ela da coligação centrista de Macron ou da Nova Frente Popular.

Jordan Bardella, protegido de Marine Le Pen e cotado para ser o novo primeiro-ministro francês em caso de vitória do Reunião Nacional, lamentou sobre a aliança que chamou de "não natural" e "desonrosa", que impediu a vitória de seu partido.  Além disso, o partido de Marine Le Pen também enfrentou a oposição entre figuras importantes do país, como  o jogador Mbappé, que mencionou valores sobre diversidade e tolerância em entrevista coletiva: “espero que façamos a escolha certa e espero que ainda estejamos orgulhosos de usar esta camisa em 7 de julho. Não quero representar um país que não corresponda aos nossos valores". É importante ressaltar que o partido de Marine Le Pen advoga por políticas de repressão aos migrantes, situação que tangencia a atuação de parte dos jogadores do futebol francês.

A confirmação final dos resultados e a composição do novo Parlamento francês ainda será anunciada.