Governo ucraniano quer recrutar brasileiros para combater invasão russa

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O governo da Ucrânia está promovendo uma campanha para recrutar brasileiros interessados em se unir às suas tropas para enfrentar a invasão russa. Com promessas de salários de até R$ 25 mil mensais, vídeos e conteúdos circulam nas redes sociais brasileiras para atrair potenciais combatentes. A estratégia busca replicar o sucesso obtido com a participação de cerca de dois mil colombianos nas forças ucranianas nos últimos anos. O recrutamento inclui a tradução da página oficial de alistamento para o português e o envolvimento de recrutadores brasileiros em aplicativos de mensagens como WhatsApp, Telegram e Signal.
A Ucrânia intensificou seus esforços para recrutar estrangeiros com o objetivo de fortalecer suas forças armadas, que enfrentam uma séria escassez de pessoal, diante do aumento no número de mortes e deserções. Aproximadamente 100 mil militares ucranianos teriam desertado desde o início da invasão russa em 2022, com mais da metade abandonando as linhas de frente só no ano passado, diante da ofensiva russa na estratégica região de Donbass. O governo evita divulgar números oficiais mas, além disso, estima-se que dezenas de milhares de soldados ucranianos perderam suas vidas nos campos de batalha.
Calcula-se que até dois mil colombianos tenham lutado junto às forças ucranianas, motivados por salários considerados altos em relação à média nacional. A maior parte é de ex-militares e antigos membros das Farc e de outras guerrilhas formadas durante a guerra civil colombiana, que resultou em mais de 200 mil mortos em 50 anos. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, com base em dados fornecidos pela Rússia, pelo menos 300 colombianos perderam a vida ao lutar ao lado das forças ucranianas durante os três anos de conflito.
As autoridades ucranianas esperam que a oferta de rendimentos atrativos tenha o mesmo impacto entre brasileiros do que o obtido na Colômbia, ressaltando a possibilidade de ganhos rápidos e a assistência oferecida aos recrutas estrangeiros. Mesmo sem exigir experiência militar formal anterior, a página de recrutamento destaca a vantagem de experiências anteriores em combate.
O Brasil registra modestos números de brasileiros envolvidos no conflito, com oito mortos oficialmente em combate desde 2022 e outros 13 desaparecidos. Estima-se que até 100 brasileiros estejam atualmente integrados à Legião Internacional da Ucrânia, embora os números não sejam oficiais. Inicialmente movidos por convicções ideológicas, os recrutamentos agora parecem ter mudado para uma busca por oportunidades de ganhar dinheiro rapidamente. A campanha ativa de recrutamento do governo ucraniano tem influenciado nessa mudança de motivação.
Em canais de YouTube dedicados a assuntos militares, oficiais ucranianos destacam que, no caso de falecimento, cada soldado possui direito a um seguro de vida de até US$ 350 mil. Mas o esquema de pagamento do salário é ajustado conforme o nível de risco enfrentado. Para alcançar o valor máximo, o militar deve passar a maior parte do seu tempo em áreas de maior perigo, como nas trincheiras da linha de frente.
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