Homem é afastado das transmissões oficiais dos Jogos após gesto supremacista
ICARO Media Group TITAN
Uma reportagem de Paulo Motoryn , do Intercept Brasil, mostrou que em 28 de julho, durante as emocionantes finais do Skate Street Feminino nos Jogos de Paris 2024, um incidente controverso passou despercebido pelo público mundial, mas acabou sendo flagrado pelas câmeras da transmissão oficial do evento. Durante a prova em que a brasileira Rayssa Leal conquistou a medalha de bronze, um homem que vestia o uniforme da equipe de transmissão oficial dos Jogos foi visto, por duas vezes, fazendo um polêmico gesto com a mão, que mesmo sendo associado ao inofensivo "OK", tem ganhado novo significado com a ascensão de grupos de extrema direita nas redes passando, cada vez mais, a ser interpretado como um símbolo de supremacia branca.
As imagens captadas pelas câmeras mostram o homem em questão posicionando sua mão para fazer o gesto enquanto ocorriam manobras das atletas. De acordo com a transmissão oficial dos Jogos, a responsável pela captação de áudio e imagem do evento é a Olympic Broadcast Service (OBS) e o homem estava usando o mesmo uniforme dos profissionais dessa equipe.
Segundo a reportagem, o Intercept Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa dos Jogos para apresentar as imagens e para esclarecer se esse gesto era parte do comportamento padrão da equipe ou se tratava de uma manifestação individual. O comitê organizador respondeu ao Intercept informando que o homem em questão "era funcionário de uma empresa terceirizada" e que, após o contato do jornal, sua credencial foi imediatamente cancelada.
Além disso, a reportagem destaca que o fato ocorreu duas vezes durante a competição. O primeiro incidente foi capturado pelas câmeras após uma manobra da australiana Chloe Covell, onde o homem tentou se posicionar no quadro, mas a cena foi rapidamente cortada. O segundo caso aconteceu enquanto a japonesa Liz Akama aguardava a nota de uma manobra. Nesse caso, o homem aparece no quadro por pouco mais de um segundo repetindo o gesto ao mesmo tempo em que um membro da comissão técnica da atleta abanava um leque com a bandeira do Japão.
Como observa a matéria, os grupos de extrema-direita e nacionalistas brancos têm utilizado esse gesto como uma forma de expressar supremacia branca, sugerindo que a mão que forma o "OK" cria as letras "W" e "P", representando "White Power". Em 2019, a Liga Anti-Difamação dos Estados Unidos reconheceu essa interpretação do gesto como um símbolo genuíno de supremacia branca.
A manifestação desse gesto controverso durante as finais do Skate Street Feminino nos Jogos de Paris 2024 levanta questões sobre a importância de promover um ambiente inclusivo e livre de símbolos discriminatórios em eventos esportivos. Ressalta também a necessidade de vigilância constante e sanções a discursos e atitudes intolerantes e racistas principalmente em eventos de alcance global.
Quer ficar informado? Siga a TITAN no Facebook , X , WhatsApp e Telegram