Israel cancela visita a Washington após EUA se absterem em votação da ONU
ICARO Media Group TITAN
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, cancelou a visita de uma delegação de Israel a Washington D.C., nesta segunda-feira depois que os EUA se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza até 9 de abril.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, o gabinete de Netanyahu afirmou em comunicado que a abstenção dos EUA "prejudica os esforços de guerra" e as tentativas "para libertar os reféns".
A visita da delegação israelense aos Estados Unidos estava marcada a pedido do presidente Joe Biden, e o grupo se encontraria com autoridades norte-americanas para discutir as operações de Israel na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O local se tornou um refúgio para palestinos deslocados de outras regiões do enclave desde o início da guerra.
A Casa Branca classificou o cancelamento como "decepcionante" via seu porta-voz, John Kirby. Apesar disso, altos funcionários dos EUA ainda se encontrarão com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para discutir questões como os reféns israelenses, a ajuda humanitária e a proteção de civis em Rafah.
Kirby também afirmou que a abstenção dos EUA na votação da ONU não representa uma mudança na posição política norte-americana e não deve ser vista como uma escalada. Ele explicou que a razão para a abstenção é que o texto da resolução não condena o Hamas.
Na votação ocorrida nesta segunda-feira (25.mar), o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que determina um cessar-fogo "imediato" na Faixa de Gaza durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos que começou em 10 de março e termina em 9 de abril. O documento também pede a libertação "imediata e incondicional de todos os reféns" mantidos pelo Hamas.
A resolução recebeu 14 votos a favor, nenhum contrário e uma abstenção dos EUA. A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, agradeceu aos membros do conselho por aceitarem algumas sugestões norte-americanas para o texto, mas mencionou que algumas edições importantes foram ignoradas, incluindo a solicitação dos EUA para condenar o Hamas.