Israel e Hezbollah acordam cessar-fogo de 60 dias no sul do Líbano

Israel e o Hezbollah anunciaram um acordo de cessar-fogo de 60 dias, que terá como base a aceitação da derrota pelo grupo xiita em troca do governo de Benjamin Netanyahu garantir a sobrevivência da organização aliada do Irã. O acordo visa restabelecer o status quo anterior ao conflito, que teve início em outubro do ano passado e resultou em impactos significativos na região do Oriente Médio. Apesar das negociações em andamento, as partes envolvidas no acordo parecem ter aceitado termos distintos, o que pode gerar desafios na implementação efetiva do cessar-fogo.

O acordo, que se baseia na resolução 1.701 das Nações Unidas, prevê o fim dos confrontos armados e a retirada de Israel e do Hezbollah do sul do Líbano. O Exército libanês deve ser mobilizado para a região em coordenação com a UNIFIL, as forças de paz da ONU. Contudo, as diferenças na forma de execução do acordo já são evidentes. Caso haja alguma violação do cessar-fogo, as partes envolvidas deverão reportar a um comitê liderado pelos Estados Unidos e França, bem como à UNIFIL.

Uma questão delicada diz respeito à carta paralela enviada pelo governo de Joe Biden, que reserva a Israel o direito de responder no sul do Líbano caso alegue violações por parte do Hezbollah. Isso abre margem para interpretações distintas e possíveis fracassos no cumprimento dos termos do acordo. Os sobrevoos de inteligência de Israel sobre território libanês também representam um ponto de atrito, pois vão de encontro às diretrizes da resolução da ONU que aborda a soberania do Líbano.

A expectativa é que o Líbano e o Hezbollah ignorem a carta paralela em um primeiro momento, visando o respeito aos termos do cessar-fogo. No entanto, as tensões internas no Líbano, a necessidade de reconstrução após os ataques e o fortalecimento do Exército do país são desafios iminentes. A divisão sectária e a responsabilização pelas consequências da guerra, que resultaram em milhares de mortes e deslocamentos, também serão fatores a serem enfrentados durante essa fase de transição.

O Gabinete de Segurança de Israel aprovou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, determinando o início da pausa nos combates a partir desta quarta-feira. Conforme o acordo, Israel terá 60 dias para a retirada de todas as suas tropas do território libanês. Apesar dos esforços diplomáticos, a efetiva implementação do cessar-fogo dependerá da cooperação das partes envolvidas e do cumprimento dos termos estabelecidos, a fim de evitar um retorno ao conflito armado na região.

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