Novas explosões no Líbano aumentam tensões na região
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No dia seguinte às explosões de milhares de pagers do Hezbollah, vários "walkie-talkies" do grupo extremista também foram detonados em Beirute e no sul do Líbano nesta quarta-feira (18). Segundo informações do Ministério da Saúde libanês, o número de mortos já chega a 20, enquanto 450 pessoas ficaram feridas. O total de mortes resultantes das explosões de dispositivos eletrônicos nas últimas 24 horas é de 32.
Além disso, a agência de notícias Associated Press relatou que vários sistemas de energia solar em residências de Beirute também explodiram. Durante os funerais das vítimas do ataque aos pagers na terça-feira, alguns "walkie-talkies" também foram detonados. Esse é o segundo caso desse tipo em apenas um dia, o que aumenta as tensões na região e gera repercussão na Organização das Nações Unidas (ONU).
O secretário-geral da ONU, Antonio Gueterres, condenou o uso de "objetos civis" como armas de guerra, enquanto o governo libanês solicitou uma reunião no Conselho de Segurança, que ocorrerá na sexta-feira (20). Tanto o Líbano quanto o Irã e o Hezbollah acusaram Israel como responsável pelas explosões, porém, até o momento, o país não se pronunciou sobre o assunto.
Após esses acontecimentos, o Ministério da Defesa de Israel anunciou que concentrará tropas na região norte do país, que faz fronteira com o Líbano, onde o Hezbollah atua. O Irã, aliado do grupo extremista, afirmou em uma carta enviada à ONU que Israel violou a soberania do Líbano e prometeu uma resposta às explosões.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu que os moradores do norte de Israel, deslocados devido aos conflitos com o Hezbollah, poderão retornar às suas casas. Fontes do governo libanês informaram à agência Reuters que os dispositivos atingidos nesta quarta-feira foram adquiridos há cinco meses, na mesma época em que os pagers foram comprados.
Os pagers eram utilizados pelo Hezbollah como meio de comunicação para evitar o rastreamento por Israel, já que esses dispositivos não possuem GPS, diferentemente dos celulares. O grupo extremista tem atacado o norte de Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza em outubro de 2023. Assim como o Hamas, o Hezbollah é financiado pelo Irã.
As explosões dos pagers ocorreram em locais como lojas, praças e supermercados, resultando na morte de 12 pessoas, incluindo uma menina de 4 anos, e deixando cerca de 3.000 pessoas feridas. O governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel de implantar explosivos dentro dos pagers, mesmo antes de eles serem adquiridos pelo grupo extremista.
Enquanto Israel não se pronuncia oficialmente e os Estados Unidos negam qualquer envolvimento no ataque, a imprensa norte-americana, com base em fontes governamentais, afirma que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, teria planejado e executado essa ação.
De acordo com o jornal "The New York Times", existe a suspeita de que Israel tenha implantado explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. Esses explosivos, indetectáveis e acionados por um algoritmo específico, teriam sido colocados próximos à bateria, junto a um tipo de interruptor, permitindo que fossem detonados remotamente.
Os pagers em questão foram importados pela empresa Gold Apollo, fabricante sediada em Taiwan, mas foram produzidos pela BAC Consulting KFT, empresa com sede na capital da Hungria, Budapeste.