Palácio do Planalto busca reverter apoio a projeto de anistia a envolvidos em ataques golpistas

ICARO Media Group TITAN






O Palácio do Planalto acionou ministros de partidos da base aliada para tentar reverter o apoio ao requerimento de urgência do projeto de lei que prevê anistia a envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A iniciativa tem como objetivo pressionar deputados a retirarem suas assinaturas do requerimento, que permite que o projeto seja discutido diretamente no plenário da Câmara dos Deputados.
Segundo informações, o presidente Lula e a ministra Gleisi Hoffmann ligaram para integrantes do primeiro escalão para pedir esforços no convencimento dos parlamentares. A lista de correligionários que assinaram o requerimento foi entregue aos ministros, que têm enfrentado dificuldades para dissuadi-los. Deputados afirmam estar sob pressão de apoiadores de Jair Bolsonaro e que a retirada de assinaturas poderia desagradar suas bases eleitorais.
O requerimento, protocolado pelo PL de Jair Bolsonaro, conta com 262 assinaturas, sendo 257 o número mínimo necessário. Lula e Gleisi buscaram apoio dos ministros nesta semana para atuarem junto às bancadas estaduais e partidárias, visando conseguir que pelo menos 20 deputados desistam de apoiar a urgência. Até o momento, um ministro afirmou ter convencido cinco parlamentares a retirarem suas assinaturas.
A mudança de estratégia do PL, diante da pressão do governo, é encarada como tardia e inócua por lideranças partidárias. Caciques do centrão avaliam que o governo deveria ter agido de forma antecipada e agora busca uma medida mais política. Lideranças do Congresso indicam que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode favorecer a discussão da redução das penas aos réus dos ataques de 8 de janeiro. Há uma percepção, vinda de conversas com ministros do STF, de que a Corte poderia rever dosimetrias em certos casos, em resposta à pressão de aliados de Bolsonaro e críticas da opinião pública.


