Presidente da Câmara, Hugo Motta, diz que 8 de janeiro não foi tentativa de golpe

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comentou em uma entrevista a uma rádio da Paraíba nesta sexta-feira (7) que os episódios de vandalismo ocorridos no 8 de janeiro não podem ser categorizados como uma tentativa de golpe de estado. Motta ressaltou que, embora as ações tenham representado uma "agressão inimaginável" às instituições, não houve liderança nem apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas, característicos de um golpe. Segundo ele, tratou-se de vândalos e manifestantes inconformados com os resultados eleitorais.

Conforme o presidente da Câmara, a reação do Brasil às manifestações do 8 de janeiro foi firme e eficaz por parte das instituições, que souberam lidar com a situação de forma adequada. Motta salientou que as penas aplicadas aos condenados pelos ataques golpistas devem ser proporcionais aos atos praticados, mencionando a importância de punir aqueles que efetivamente depredaram o patrimônio público, sem exageros ou desequilíbrios nas sentenças.

Divergindo das conclusões do Supremo Tribunal Federal, que definiu a invasão do 8 de janeiro como uma tentativa de golpe, Motta destacou que o Brasil foi capaz de responder adequadamente aos eventos, demonstrando que não houve o respaldo necessário para caracterizar um golpe de estado. O presidente da Câmara ressaltou a importância de conduzir a Casa com isenção e cuidado diante do tema sensível da anistia aos envolvidos nos ataques.

Motta, que foi eleito presidente da Câmara no último sábado com amplo apoio partidário, incluindo partidos como o PT e o PL, declarou que o assunto da anistia dos incidentes do 8 de janeiro demanda um diálogo constante com o Judiciário e o Executivo, demonstrando estar atento aos interesses de todas as partes envolvidas. O parlamentar enfatizou a necessidade de equilíbrio e justiça na punição dos responsáveis pelos atos de vandalismo, evitando excessos nas penalidades impostas a indivíduos que não cometeram atos de tamanha gravidade.