Troca de prisioneiros entre Rússia e o Ocidente liberta repórteres e dissidentes

Um acordo de troca de prisioneiros foi anunciado nesta quinta-feira (1/08) entre a Rússia e Estados Unidos, resultando na libertação de 24 indivíduos. Entre os beneficiados pelo acordo estão o jornalista americano Evan Gershkovich (à esquerda na foto), o ex-membro da Marinha americana Paul Whelan (à direita), o dissidente Vladimir Kara-Murza, o cidadão alemão Rico K., condenado à morte em Belarus, e a jornalista Alsu Kurmasheva (no centro).

Evan Gershkovich, repórter do jornal americano Wall Street Journal, foi detido durante uma viagem de trabalho na cidade russa de Ecaterimburgo em março de 2023. Ele foi condenado em julho sob acusações de espionagem, uma decisão denunciada pelos EUA e pelo Wall Street Journal como uma farsa. Por outro lado, Paul Whelan, ex-membro da Marinha americana, foi preso em Moscou em 2018. Ele sempre negou as acusações contra si, afirmando que as evidências apresentadas eram falsificadas e que havia viajado para comparecer a um casamento.

Além dos cidadãos americanos, outras personalidades também foram libertadas neste amplo acordo. Entre elas está o dissidente Vladimir Kara-Murza, cidadão de dupla nacionalidade russa e britânica, o alemão Rico K., que foi preso em Belarus e sentenciado à morte por "terrorismo", e Alsu Kurmasheva, jornalista da Radio Free Europe, que foi condenada após ser acusada pelo Kremlin de espalhar informações falsas sobre o Exército russo.

A troca de prisioneiros é uma das maiores entre a Rússia e países ocidentais desde o fim da Guerra Fria. Além dos Estados Unidos, envolvidos no acordo estão Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Belarus e Rússia.

A informação foi divulgada pelo governo da Turquia e veiculada por diversas emissoras americanas. O presidente americano Joe Biden expressou alívio pela libertação de Kurmasheva, Gershkovich e Whelan, afirmando que eles "estão a caminho de casa para ver suas famílias". A ONG Repórteres Sem Fronteiras também se manifestou, afirmando estar "imensamente aliviada" com a soltura do jornalista Gershkovich.

Este é o mais recente acordo de troca de prisioneiros negociado entre a Rússia e os EUA nos últimos dois anos. No entanto, este é o primeiro acordo que exige concessões significativas de outros países. Em contrapartida, a Rússia assegurou a liberdade de cidadãos condenados por crimes graves no Ocidente.

Um deles é Vadim Krasikov, um russo que cumpria pena na Alemanha por ter cometido um assassinato em plena luz do dia de um ex-combatente rebelde checheno em 2019. O presidente russo Vladimir Putin havia expressado interesse em obter sua libertação em fevereiro deste ano.

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