Trump ordena expulsão de moradores de rua em Washington DC para "embelezar" a capital

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou forte reação ao ordenar que os moradores de rua de Washington DC deixem a capital “imediatamente” para, segundo ele, “embelezar” a cidade. A declaração, feita no sábado (9) e reforçada no domingo (10) na rede social Truth Social, criada pelo próprio Trump, inclui a promessa de enviar pessoas em situação de rua para outros locais e prender quem ele classifica como criminoso. Trump anunciou ainda uma coletiva para esta segunda-feira (11), com o objetivo de apresentar um plano para “combater crimes violentos” e tornar a capital “mais segura e bonita”.

A medida, que na prática significaria uma remoção em massa de pessoas vulneráveis, levanta sérias dúvidas sobre sua legalidade e viabilidade. Como presidente, Trump só teria autoridade direta sobre terras e prédios federais em Washington DC, mas não apresentou qualquer base jurídica para expulsar moradores de áreas sob jurisdição local. A iniciativa é vista por críticos como uma ação de cunho populista e punitivo, que trata a pobreza como problema de estética urbana e não como uma questão social complexa que exige políticas públicas estruturadas.

Segundo a organização Community Partnership, cerca de 5.138 pessoas em Washington DC vivem em situação de falta de moradia. A prefeita democrata Muriel Bowser contestou as alegações de aumento expressivo na criminalidade, acusando Trump de distorcer dados para justificar medidas de repressão. Especialistas alertam que expulsar à força moradores de rua pode agravar a vulnerabilidade dessas pessoas e violar direitos constitucionais, enquanto não há indícios de que políticas desse tipo reduzam efetivamente os índices de violência.

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