Dezenas de ultraortodoxos bloqueiam centro de recrutamento militar em Jerusalém
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Jerusalém, 31 out (EFE).- Dezenas de israelenses ultraortodoxos bloquearam nesta quinta-feira a entrada de um centro de recrutamento em Jerusalém, segundo a informou a polícia, em um novo protesto convocado para impedir que vários estudantes da Yeshivá (instituição que oferece estudos avançados da Torá) formalizem seu alistamento no Exército de Israel.
“Vocês são nazistas”, gritaram alguns ultraortodoxos contra os policiais contra os quais atiraram garrafas e pedras, ferindo alguns deles, que necessitaram de tratamento médico, segundo relatou o jornal israelense “Haaretz”.
Após os incidentes, a polícia israelense prendeu pelo menos dois manifestantes.
No dia 25 de junho, o Supremo Tribunal israelense pôs fim à isenção militar da qual os ultraortodoxos gozavam há décadas, lembrando que este setor da população também é obrigado a servir no Exército.
Esta decisão judicial não significou, por enquanto, a chegada significativa dos haredim (judeus ultraortodoxos) ao Exército, cuja presença continua a ser minoritária.
Desde então, além disso, a comunidade haredi convocou vários protestos para expressar sua rejeição.
Reprodução: Youtube rtve
Com as frentes da Faixa de Gaza e do Líbano ativas, o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Herzi Halevi, reconheceu ontem que precisam de reforços e pediu que se examinassem alternativas para conseguir que os ultraortodoxos se juntassem às tropas.
"Conheci na segunda-feira um soldado ferido da Brigada Givati em Rafah. Ele é haredi, queria se alistar mesmo que sua família não o apoiasse no início. Portanto, nossa pergunta é como podemos ter muitos mais como ele", declarou.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estaria estudando um novo projeto de lei que proporcionaria amplas isenções do serviço militar obrigatório aos ultraortodoxos, segundo o jornal “The Times of Israel”.
De acordo com a ONG Nahal Haredi, fundada por rabinos que acompanham soldados religiosos, existem atualmente cerca de 2.800 israelenses ultraortodoxos servindo no Exército, dos quais 780 vêm de fora de Israel.
EFE