5 lições de Katherine Johnson, a cientista que ajudou a levar o homem à Lua
Mega Curioso
O mundo conheceu a história da matemática Katherine Johnson em 2017, com o lançamento do filme Estrelas além do tempo. Katherine foi uma das cientistas de uma equipe, formada por mulheres negras, responsável por calcular a trajetória dos primeiros lançamentos espaciais. Junto a suas colegas, ela contribuiu para a missão Apollo 11, que levou o homem à Lua.
A matemática nasceu em 26 de agosto de 1918 em West Virginia, e faleceu em 24 de fevereiro de 2020, aos 101 anos. Apaixonada pelos números desde criança, Katherine passou vários empecilhos durante sua vida e sua carreira por ser mulher e negra. Conheça 5 lições deixadas por esta importante personagem da história.
1. Siga a sua paixão e conte com o apoio dos outros
(Fonte: Wikimedia Commons)
Katherine sempre se interessou pelos números. “A matemática foi sempre fácil para mim. Eu amava os números e os números me amavam. E seguiam-me para todo o lado… era assim que a minha mente funcionava”, escreveu em sua autobiografia Alcançar a Lua, lançada em 2019.
Mesmo com esse talento nato, Katherine Johnson passou por obstáculos: o local onde sua família morava não oferecia escola para estudantes negros após a oitava série. Por causa disso, seus pais se mudaram para o condado de Kanawha para que a menina e seus quatro irmãos pudessem cursar o ensino médio.
Além disso, ela também contou com o apoio fundamental de uma professora de geometria Angie Turner King, que em 1955 se tornaria uma das primeiras mulheres afro-americanas a obter mestrado em matemática e química.
2. Ajude quem precisa
(Fonte: NASA)
Katherine contou com o apoio de seus professores durante toda sua vida escolar. Durante a faculdade, um dos seus professores, William W. Schiefflin Claytor, reconheceu o talento da estudante e resolveu também apoiá-la a se tornar uma pesquisadora. Para isso, chegou a criar uma disciplina de geometria analítica espacial só para que ela pudesse cursar.
Além de contar com o incentivo dos seus professores, Katherine Johnson também se esforçava para ajudar os colegas. “Às vezes eu percebia que os outros na turma não entendiam o que ele estava ensinando, então eu fazia perguntas para ajudá-los. Claytor me dizia que eu devia saber a resposta, até que eu finalmente tive que admitir que eu sabia, mas os outros não”, contou Johnson à NASA.
3. A importância de ter garra
(Fonte: Carlos Barría/Reuters)
Depois de se formar como matemática, Katherine enfrentou dificuldades para encontrar emprego, e acabou se tornando professora, embora sonhasse em trabalhar na NASA — que, na época, ainda se chamava NACA, abreviação de National Advisory Committee for Aeronautics.
Um dia, alguém lhe disse que a NASA estava buscando mulheres negras para trabalhar. Candidatou-se duas vezes à vaga antes de ser contratada. Após lidar com empecilhos que a impediam de crescer na agência espacial, ela começou a colher resultados. Em 1960, tornou-se a primeira afro-americana e a primeira mulher a ter seu nome em um relatório de pesquisa da NASA.
Atualmente, os arquivos da NASA possuem mais de 25 relatórios científicos sobre a história dos voos espaciais em que seu nome aparece como autora ou coautora. Nenhuma outra mulher ou outro afro-americano conquistou este feito.
4. A importância do trabalho em equipe
(Fonte: NASA)
Em 1940, Johnson fazia parte de um grupo seleto: apenas 2% das mulheres negras norte-americanas possuíam um diploma universitário, e Katherine era uma delas.
Anos mais tarde, ela se uniu ao West Computing Group, um grupo de matemáticas negras que atuavam como "computadores humanos" no Langley Research Center. O grupo servia para que estas mulheres pudessem se apoiar: elas ajudavam umas às outras a encontrar empregos e verificavam o trabalho de cada uma, garantindo que nada que elas fizessem tivesse erro. Era uma forma de se apoiarem individual e coletivamente para que as mulheres negras pudessem avançar dentro das pesquisas sobre as missões espaciais.
5. O poder da sororidade
(Fonte: Patrick Wymore/ABC/Getty Images)
Depois de Katherine Johnson ter trabalhado como computador humano no West Computing Group, ela foi trabalhar na Flight Research Division, à época dirigida por Henry Pearson. Seu cargo era temporário.
Seis meses depois, chegava ao fim o seu período de experiência, e Pearson deveria decidir se Katherine permaneceria em definitivo na sua equipe, mas estava indeciso. Dorothy Vaughan, uma matemática negra que era então líder do departamento de Computação Ocidental e que havia sido chefe de Katherine Johnson, colocou Pearson contra a parede: ou dava a ela um aumento e uma posição ou enviaria Katherine de volta para a sua equipe.
Henry Pearson acabou por dar o emprego a Katherine e também o aumento — mostrando que o apoio entre as mulheres é fundamental para que elas possam crescer em suas carreiras e na vida.