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6 mitos sobre a Era Vitoriana
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6 mitos sobre a Era Vitoriana

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Mega Curioso
10/01/2022 22h00
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Pensar na Era Vitoriana é imaginar Jane Eyre, livro da escritora Charlotte Brontë, adaptado ao cinema em 2011, suas imensas mansões, crianças órfãs, casas comandadas por governantas com mão de ferro? Ou quem sabe aqueles vestidos bufantes, espartilhos apertados, homens utilizando cartola e bengalas?

Ok, há uma parte do imaginário sobre este período da história que condiz com a realidade, mas há muitas mentiras e mitos que foram se perpetuando no imaginário e que este texto pretende mostrar para você. Então preste atenção, que agora é hora de conferir 6 mitos sobre a Era Vitoriana.

Mito 1: o piercing do príncipe Albert

 (Fonte: Men's Health) (Fonte: Men's Health)

Existe um piercing conhecido como príncipe Albert. Trata-se de um acessório genital, colocado através de uma perfuração na uretra. Atribuído como de uso do monarca, esse é um mito cuja origem é incerta. O que se sabe é que, durante as décadas de 1960 e 1970, um adepto do uso de piercings chamado Doug Malloy divulgou por meio de impressos uma história sobre a origem deste piercing específico.

Segundo Malloy, o príncipe Albert teria criado este "acessório" como maneira de "domar" a aparência de seu órgão avantajado quando vestisse calças justas. Contendo pouquíssimos fatos, estes panfletos certamente foram responsáveis por impulsionar este mito. Existem teorias que relacionam a criação e uso deste piercing com a proteção do órgão genital masculino. Vale ressaltar que piercings genitais são conhecidos desde o Kama Sutra, publicação que data de aproximadamente o século II.

Mito 2: o vibrador surgiu para ajudar mulheres “histéricas”

(Fonte: Science Museum)(Fonte: Science Museum)

Outro mito propagado com frequência liga a criação dos pioneiros entre os vibradores modernos com os tratamentos para mulheres com "histeria", termo extinto que abarcava de tudo, desde dores de cabeça até colapsos nervosos.

Popularizado em filmes e documentários, esta narrativa ganhou força com a obra The Technology of Orgasm: "Hysteria", the Vibrator, and Women's Sexual Satisfaction ("A Tecnologia do Orgasmo: 'Histeria', o Vibrador, e a Satisfação Sexual Feminina", em tradução livre), escrita pela historiadora Rachel Maines, pesquisadora na Universidade Cornell, nos EUA. Pois um novo estudo apontou que a tese original possuía bases questionáveis, tendo muitas de suas alegações refutadas.

Dispositivos mecânicos foram desenvolvidos à época como massageadores de costas e pescoço, auxiliando a contornar o cansaço de médicos que precisassem aplicar massagem em suas pacientes. Muitos acabaram sendo utilizados para masturbação na primeira década do século XX, mas como eram comercializados apenas para médicos, não há evidências de que mulheres teriam acesso a eles.

Ainda por cima, é preciso ter em mente de que naquele momento da história não havia compreensão do que seriam os orgasmos femininos, tornando ainda mais improvável que tais aparelhos tivessem esta finalidade.

Mito 3: a Era Vitoriana foi um período de puritanos

(Fonte: WikiMedia Commons)(Fonte: WikiMedia Commons)

Um dos mitos mais reproduzidos é de que a Era Vitoriana seria composta por puritanos. Ideal reforçado pelas artes plásticas e seus retratos de gente vestida até o pescoço, esse mito entra em choque, por exemplo, com a literatura da época, carregada de erotismo, ou mesmo se imaginarmos que a Rainha Vitória detalhou as aventuras sexuais de sua noite de núpcias em seu diário.

A mesma Rainha Vitória possuía uma coleção de pinturas de nus, sendo a escolha recorrente da troca de presentes entre ela e seu marido, o príncipe Albert. Não podemos nos esquecer do livro de memórias Minha Vida Secreta, cujo autor anônimo transcorria em minúcias relatos de suas aventuras sexuais.

Mito 4: Rainha Vitória, a primeira noiva de branco

(Fonte: Vanity Fair)(Fonte: Vanity Fair)

A ideia romântica sobre o vestido de casamento branco certamente surgiu com o da Rainha Vitória, mas apontá-la como sendo a primeira a utilizar é impreciso. Em primeiro lugar, a popularização do uso da cor remonta ao período da coroação de Napoleão Bonaparte, em 1804, quando ele e a esposa Josefina mandaram confeccionar trajes brancos bordados com fios de ouro para a cerimônia, que também oficializaria a união do casal.

Já o uso exclusivo por noivas ainda não possui consenso entre historiadores, apesar de muitos defenderem que esta tradição surgiu no século XVI, graças à Rainha Mary Stuart, da Escócia, que vestiu branco em homenagem à família materna, cujo brasão possuía esta cor. Maria de Médici, Rainha da França no século XVII, também é apontada como possível criadora da tendência.

Mito 5: os espartilhos levavam as mulheres vitorianas ao desmaio

(Fonte: IBXK)(Fonte: IBXK)

Surgido por volta dos anos 1500, o corset, popularmente conhecido como espartilho, era um acessório de uso comum nos aristocratas espanhóis e franceses. O formato mais comum era o cônico, que possuía alças e estrutura mais curta do que os que ficaram famosos, lembrando uma ampulheta.

Apesar de apontado como elemento de fetichização e opressão da mulher, a história mostra que parte de sua má fama é anterior ao período vitoriano. Durante a Revolução Francesa, este elemento foi associado à aristocracia e, por isso, rejeitado. Na mesma época, difundiram-se boatos de "origem médica", sem embasamento científico, sobre problemas causados pelo seu uso. Sem contar a associação feita entre prostituição e o uso de espartilhos.

A verdade é que os espartilhos só machucavam as pessoas que não fizessem um bom ajuste do elemento, o que, é bom pontuar, não significa que o acessório não tenha causado danos em quem os apertasse em demasia.

Mito 6: Rainha Vitória era pretensiosa e mal-humorada

(Fonte: Aventuras na História)(Fonte: Aventuras na História)

É conhecido que os últimos 40 anos de vida da Rainha Vitória foram de luto e muito sofrimento causado pelo falecimento prematuro de seu marido, príncipe Albert, aos 42 anos. Apesar disso, apontá-la como uma pessoa sisuda e pretensiosa parece ser um engano.

É certo que após o falecimento de seu companheiro, as lamentações de forma privada e públicas aconteceram, mas antes disso ela perpetuou uma imagem de alguém muito animada. Além de amar literatura e falar de forma fluente, além do inglês, francês e alemão, ela era uma exímia pianista, apreciadora de artes e pintou até seus 70 anos.

O mito perpetuado de que ela teria proferido a frase "we are not amused" ("não nos divertimos", em tradução livre) foi desmentido em 1976 pela princesa Alice, neta da monarca, que afirmou que a própria havia lhe confidenciado se tratar de uma mentira.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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