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Audrey Munson: a modelo que inspirou várias estátuas nos EUA
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Audrey Munson: a modelo que inspirou várias estátuas nos EUA

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Mega Curioso
31/10/2021 16h00
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Desde o início do século XX, a cidade de Nova Iorque, nos EUA, ostenta inúmeras estátuas femininas em suas ruas e cartões-postais, exibindo imagens de uma mulher que se destaca pelo realismo e pela beleza contrastante com o cenário urbano. O que poucos sabem, porém, é que as esculturas são inspiradas na atriz Audrey Munson, a primeira supermodelo norte-americana, que teve sua carreira cercada por polêmicas pessoais e esquecimento.

(Fonte: Regan Arts / Reprodução) Regan Arts (Fonte: Regan Arts / Reprodução)

Nascida em 8 de junho de 1891 em Rochester, Nova Iorque, Audrey Munson trabalhava em teatros desde os 17 anos, quando participou de sua primeira peça oficial da Broadway, intitulada The Boy and The Girl. Após ser escalada para uma série de outras produções, tida como uma artista promissora, Munson foi apresentada para as indústrias da fotografia e modelagem, e logo passou a ser vista como símbolo artístico de vários profissionais renomados como Isidore Konti, Francis Coates Jones, Harrison Fisher e Arnold Genthe.

"Para sorte dela, Audrey era muito bonita, escultural, tinha 1,77 m de altura, alta para uma mulher da época. Tinha traços quase clássicos, com um nariz longo e reto", contou o jornalista James Bone, autor da biografia A Maldição da Beleza: A Vida Escandalosa e Trágica de Audrey Munson, Primeira Supermodelo dos Estados Unidos, em entrevista à BBC. "Os prédios precisavam de deusas, figuras alegóricas de mulheres."

Com o surgimento de novos projetos e as imagens de Munson estampando ainda mais os tabloides da época, a modelo tornou-se o exemplar ideal para renovar a cidade de Nova Iorque. Assim, ela ficou conhecida como a "Vênus Americana", por sua semelhança com a estátua grega de Vênus de Milo, e "Miss Manhattan", tornando-se uma das modelos mais procuradas da cidade ao exalar talento dramático e sensibilidade de atriz.

A musa do cinema mudo

Na tentativa de renovar suas produções, Hollywood decidiu testar a participação de Munson em filmes mudos, colocando-a para interpretar papeis de personagens com vidas semelhantes à sua. Assim, a musa era utilizada na maioria das obras como modelo para escultores ou pintores que tinham papeis principais nos longas-metragens, explorando cenas de nudez que polemizaram através da "linha tênue da arte", segundo o escritor Justin White. “Posar nua para um artista em privacidade era uma coisa, mas trazê-lo para as massas foi uma atitude corajosa, talvez até ousada, de sua parte” disse White.

(Fonte: IMDB / Reprodução)(Fonte: IMDB / Reprodução)

Após aparecer em quatro filmes mudos entre os anos de 1915 a 1921, Audrey começou a sofrer as primeiras influências negativas do show business e viu isso impactar diretamente em seu comportamento em frente e fora das câmeras. Os relatos pessoais foram publicados pela revista The New York American, em que a jovem atriz evidenciou discrepâncias salariais entre homens e mulheres, sexismo, limitação de papéis e objetificação de ser corpo. Em 1922, sua crise culminou na tentativa de suicídio através da ingestão de veneno.

O fim do sucesso precoce

Após polêmicas que a vinculavam ao assassinato da esposa de seu ex-amante e a conflitos contra poderosos nomes da indústria acusados de abuso sexual , Audrey desenvolveu inúmeros problemas mentais e acabou internada, aos 40 anos, no St. Lawrence State Hospital, em Ogdensburg, Nova Iorque. Depois de 65 anos internada, a "Miss Manhattan" foi dada como morta aos 104 anos, sendo enterrada em um local onde nem sequer cabia uma lápide.

(Fonte: Photofest / Reprodução)(Fonte: Photofest / Reprodução)

“Ela não só defendeu seus próprios direitos, mas também se tornou uma ativista e organizadora de luta pelo reconhecimento de outras mulheres”, explica a artista Andrea Geyer, estudiosa da vida de Munson. “Por essa e muitas outras conquistas, ela merece ser lembrada pelo nome.”

Hoje, a ex-modelo norte-americana é inspiração para mais de 30 estátuas espalhadas pelos Estados Unidos, incluindo em localidades como o Metropolitan Museum of Art e a Casa Branca.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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