Como a camuflagem ajudou na evolução das espécies?
Mega Curioso
A evolução das espécies é algo bastante relativo entre as espécies. A lei dos mais fortes não necessariamente precisa ser uma verdade, visto que os mais inteligentes saem ganhando em inúmeras situações. Um grande exemplo disso é a base de animais ao longo da nossa história que sobreviveram realizando uma única ação: esconder-se.
Fugir dos predadores é algo tão instintivo dos seres vivos que muitos deles desenvolveram um gene de mudança de cor apenas para conseguirem se misturar com a natureza e enganar seus rivais. Sendo assim, vamos entender um pouco mais sobre a importante função que o processo de camuflagem cumpre no mundo selvagem.
Evolução em cores
(Fonte: Pixabay)
Um simples detalhe como a cor de um animal pode definir se ele vai viver por mais tempo ou morrer rapidamente. Caso ele seja muito fácil de ver pelos predadores, fatalmente se tornará um alvo mais fácil de uma nova refeição. Por isso, muitas criaturas acabam desenvolvendo outros reflexos de defesa em detrimento da cor.
De qualquer forma, a camuflagem é um dos mais efetivos entre todos. As cores de um animal costumam ser provenientes dos genes de seus pais. Ou seja, esse é um aspecto dentro das espécies que é altamente direcionado através da seleção natural. Espécimes com cores mais discretas sobreviverão mais e, consequentemente, espalharão seus genes em maior número.
Mas isso não significa que o mundo animal tenha se contentado em desenvolver uma palheta de cores padronizada para todas as espécies. Diversas espécies apresentam discrepância de cores entre si, o que acaba gerando uma disparidade de números entre os mesmos animais com cores diferentes.
Seleção natural
(Fonte: Wikimedia Commons)
A seleção natural é um conceito aplicado por Charles Darwin desde 1859, o qual argumentava que a alta fecundidade e a briga por sobrevivência na natureza fazia as espécies se moldarem as suas necessidades. E um grande exemplo disso pode ser visto na década de 1950.
Com o avanço cada vez maior do industrialismo, a fumaça de carvão havia escurecido as árvores na Inglaterra. Sendo assim, as mariposas apimentadas (Biston betularia), que antes se misturavam bem com a coloração da casca das árvores, passaram a ficar mais destacadas contra o tom acinzentado que tomou conta da natureza local.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Isso foi o suficiente para que a versão mais escura dessa espécie, que era considerada extremamente rara, acabasse se tornando comum. Um estudo feito pela Universidade de Chicago comprova que as mariposas de cor clara se tornaram um alvo muito mais fácil para pássaros nos tempos modernos. Sendo assim, a seleção natural mais uma vez demonstrou-se poderosa.
Porém, as coisas não pararam por aí. Ao fim do século, os processos de purificação do ar no Reino Unido fizeram com que as árvores adquirissem uma coloração mais clara outra vez. E o resultado? As mariposas apimentadas de tom mais escuro voltaram a ser consideradas mais raras que as demais. Agora, estudos indicam que elas têm 9% menos chances de sobreviver na natureza do que suas irmãs de cor clara.
Adaptação ao ambiente
(Fonte: Wikimedia Commons)
Apesar de a distinção de cores entre uma espécie poder fazer com que determinada coloração seja mais rara do que outra, a disparidade de cores pode ser um benefício para alguns animais. Por exemplo, os diferentes padrões de cores podem fazer com que uma mesma espécie sobreviva bem em dois tipos de ambientes.
Um exemplo claro disso é o que ocorre com o Timema cristinae, uma espécie de bicho-pau que vive nas montanhas de Santa Bárbara, nos Estados Unidos. Segundo os estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade de Sheffield, esses insetos possuem duas versões: uma de cor verde sólida e outra com pequenas listras brancas pelo corpo.
Dependendo do tipo de arbustos que os cientistas analisavam, era possível identificar uma predominância de determinada coloração. Como o bicho-pau não possui asas, eles tendem a passar a vida em um mesmo arbusto. Entretanto, novas crias podem acabar migrando para um novo habitat. Em suma, a variedade de cores aumenta as chances de sobrevivência de uma espécie desde que estejam no arbusto correto.
Mudança de cor
(Fonte: Pixabay)
Se algumas criaturas dependem de uma palheta fixa de cores para sobreviver na natureza, vale destacar que alguns animais levam a camuflagem muito a sério, como é o caso dos camaleões. Para se disfarçar em seus habitats, essas criaturas desenvolveram um mecanismo involuntário que lhes permite simplesmente mudar de cor de acordo com o espaço que está inserido.
Dessa forma, o camaleão não teria necessariamente uma coloração fixa. Mas como esse processo funciona? No caso do camaleão, essa pode ser uma estratégia tanto de caça quanto de defesa. Seja para fugir de um predador ou para não despertar suspeitas em suas vítimas, eles conseguem controlar a movimentação dos pigmentos que dão cores às células da pele.
(Fonte: Pixabay)
Porém, esse processo todo é involuntário. O cérebro do camaleão recebe a luz que incide na retina e passa a comparar essa luminosidade com aquela refletida no ambiente. Então, o órgão transmite hormônios para que as células da pele assumam uma cor diferente para o local onde está. Dependendo da espécie de camaleão, as cores que ele pode assumir podem variar entre verde, rosa, amarelo, azul, vermelho, preto e marrom.
Caçadores camuflados
(Fonte: Pixabay)
Como citado anteriormente, a camuflagem não necessariamente é tida como um mecanismo de defesa. Na realidade, muitas espécies de predadores natos utilizam essa técnica para conseguirem pegar suas presas desprevenidas. Isso é facilmente visto em ambientes mais extremos e que sofrem com escassez de recursos.
(Fonte: Pixabay)
Os ursos, por exemplo, são criaturas que fazem isso com certa habilidade. Principalmente na questão do urso polar , que vive em um habitat em constante evolução e que sofre com a ação humana, a coloração esbranquiçada que se confunde com o gelo torna-se uma importante aliada na busca por alimentos.