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Como a sífilis fez a Europa culpar a América pela doença no século XVI
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Como a sífilis fez a Europa culpar a América pela doença no século XVI

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Mega Curioso
20/10/2021 20h00
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No século XIV, cerca de um terço da população europeia foi devastada pela peste bubônica, e apesar de ter conseguido se recuperar tempos depois e reerguer parte da sociedade, as consequências logo viriam a surgir com a confirmação do aparecimento de novas doenças. Foi então que em pouco menos de cem anos de relativa paz, o mundo voltou a viver tensões relacionadas á saúde pública com o contágio por doenças sexualmente transmissíveis, que se "aproveitaram" da euforia social para se espalhar rapidamente pelo planeta.

Sem registros em livros ou conhecimento armazenado na mente dos intelectuais, a sífilis foi um objeto de medo e pavor por parte da Europa. Reis e rainhas, príncipes e princesas, maltrapilhos de bordéis e todos os tipos de grupos em castas sociais passaram a temê-la, ao mesmo tempo que procuravam culpados para responsabilizar pelo iminente caos social que mais uma vez se aprofundava no continente. Veio da França? Da Itália? Por enquanto essa origem pouco importava, pois a única certeza que o povo tinha era que a IST era contraída a partir do ato sexual.

Castigo divino e a relação com os deuses

Antes de ser conhecida como sífilis, o mal foi intitulado de "doença venérea" por um médico francês, fazendo referência à deusa romana do amor, Vênus. Sem estar vinculada a uma época do ano ou à hierarquia social, ela oferecia os mesmos riscos para todas as pessoas que praticassem atos sexuais com ou sem frequência, causando dores terríveis nos ossos que surgiam pouco tempo após a contração. Seria então uma punição divina pela suposta libertinagem e pela prática de sexo ilícito? Alguns diriam que sim.

O primeiro remédio para a doença teria surgido décadas depois, quando o mercúrio foi substituído por troncos de arbustos guáiaco, encontrados no Haiti, que ao serem misturados com líquidos duas vezes ao dia forneciam recuperação em até um mês de tratamento. Porém, a hereditariedade da IST e sua alta transmissibilidade resultou em verdadeira corrida contra a cura, e os americanos entraram na história ao sofrerem graves acusações de europeus.

América vs. Europa: a culpa foi de alguém?

Revoltados, médicos americanos se empenharam em desmistificar a lenda contada pelos rivais do velho continente e afirmaram que franceses aliados do rei Carlos VIII não apenas espalharam a bactéria pelos países vizinhos, mas também desenvolveram mutantes resistentes e com novas propriedades, dificultando o combate e aumentando a taxa de infecção. Estima-se que quase um milhão de pessoas foram infectadas com a sífilis.

Felizmente, especialistas descobriram, cerca de quatro séculos depois, o primeiro tratamento efetivo do mal, e a identificação da bactéria, ao lado dos estudos sobre a penicilina, resolveram definitivamente o problema de uma possível epidemia, com a chegada de uma cura definitiva.

Leia a matéria original aqui.

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