Como as nossas lágrimas se parecem pela lente do microscópio?
Mega Curioso
Chorar é um ato humano. Algumas pessoas são notoriamente mais chorosas do que outras, mas praticamente todas os indivíduos no mundo já derrubaram uma lágrima em algum dia da sua vida. E os motivos podem ser os mais diversos possíveis: choro de raiva, tristeza, alegria, alergia e por aí vai.
Esse é um processo tão simples da vida humana que pouco prestamos atenção em suas particularidades, ao contrário do que o fotógrafo holandês Maurice Mikkers decidiu fazer. Em seu trabalho batizado de “The Imaginarium of Tears”, Mikkers criou uma série fotográfica que mostra de perto uma seleção de lágrimas.
O projeto começou como uma simples curiosidade científica, mas logo se transformou em algo muito maior por um simples detalhe: as lágrimas realizam um processo de cristalização magnífico que só é possível ver através das lentes de aumento. Por isso, precisamos entender mais sobre o que acontece nos nossos olhos.
Tipos de lágrima
A importância do trabalho de Mikkers é demonstrar as diferenças dos tipos de lágrima que um ser humano pode criar. Em um post feito no Medium, o fotógrafo explicou que "a ciência diz que cada lágrima tem uma viscosidade e uma composição diferentes. Todas as lágrimas contêm uma variedade de substâncias biológicas, incluindo óleos, anticorpos e enzimas suspensas em água salgada."
O texto também garante que existam três tipos de lágrimas diferentes:
- lágrimas emocionais: associada aos sentimentos de alegria ou tristeza;
- lágrimas reflexivas: resultado de algum tipo de irritação no olho;
- lágrimas basais: provenientes do processo de lubrificação que ajuda a manter o olho molhado e saudável.
O objetivo do pesquisador holandês era ver por conta própria como cada uma delas apresentaria diferenças ao ser colocada sob as lentes de um microscópio. Então, ele passou uma noite realizando experimentos com amigos para coletar os diferentes tipos de "choro" e o resultado não poderia ser mais impressionante.
Lágrimas emocionais
Entre os três tipos de lágrimas, as emocionais costumam ser as mais difíceis de coletar. Para isso, Mikkers pediu para que seus amigos realizassem esse processo por conta própria, afastando-se e dando espaço para que eles conseguissem buscar experiências passadas que lhe fizessem sentir fortes emoções ao ponto de chorar.
Em geral, cada tipo de lágrima contém diferentes substâncias orgânicas, e a composição molecular depende do agente causador. Quando a lágrima é derivada de um sentimento forte, ela costuma vir carregada do neurotransmissor leucina encefalina, que nada mais é do que um analgésico natural que o corpo libera para atenuar o estresse.
Cada substância diferente que participa da composição de uma lágrima pode gerar certa influência na cristalização do líquido. Desse processo de "ativação" das lágrimas emocionais, Mikkers conseguiu os seguintes resultados:
(Fonte: Maurice Mikkers)
(Fonte: Maurice Mikkers)
(Fonte: Maurice Mikkers)
Lágrimas reflexivas
Se por um lado as lágrimas emocionais exigem um maior nível de concentração e paciência das cobaias, as lágrimas reflexivas provavelmente fizeram parte do período mais divertido da noite de Mikkers e seus amigos. Para esses resultados, o grupo realizou ações como cortar cebolas ou comer um pedaço de pimenta inteiro.
Assim como qualquer cientista faria, Maurice teve a maior cautela com seu experimento, sempre mantendo tudo sob enorme cuidado e com notas detalhadas. As descobertas foram documentadas através da terceira lente de seu microscópio trinocular, onde ele foi capaz de colocar sua câmera Canon 5D Mark II para documentar o fenômeno com detalhes incríveis.
"É como se mágica acontecesse diante dos meus olhos", disse o pesquisador sobre o ato de fotografar as lágrimas. Segundo ele, até mesmo suas próprias lágrimas eram sempre motivos para novas experiências e novos resultados. Como os seguintes exemplos:
Cortando cebolas
(Fonte: Maurice Mikkers)
(Fonte: Maurice Mikkers)
Óleo de menta na pálpebra
(Fonte: Maurice Mikkers)
Comer pimenta e cheirar água
(Fonte: Maurice Mikkers)
Lágrimas basais
Para as lágrimas basais, as cobaias receberam a instrução de manter os olhos sempre abertos e encarar diretamente um grande ventilador. Isso faria com que os olhos secassem e produzissem o último tipo de lágrima natural que os seres humanos podem criar.
Conforme podemos observar nos exemplos usados anteriormente nesse artigo, Mikkers notou que não existe um padrão correto de cristalização para as categorias de lágrima — nem mesmo para aquelas oriundas das mesmas ações. “Então eu acho que é seguro dizer que as diferenças nas lágrimas que são vistas não mostram diferenças entre as origens do choro... No entanto, elas são lindas de se olhar de qualquer forma”, concluiu.
E realmente, os exemplos são incríveis:
(Fonte: Maurice Mikkers)
(Fonte: Maurice Mikkers)