Como o Universo pode acabar?
Mega Curioso
Todos especulam sobre o fim da vida útil da Terra, que pode ser consumida por explosões solares cada vez mais fortes, ou até mesmo ceder nas mãos de séculos de erosão causada pelo homem .
No entanto, por que ninguém fala sobre a possibilidade de que o Universo deve também acabar algum dia? Ele possui cerca de 13 bilhões de anos e, ainda assim, sempre existiu. Afinal, o tempo (a quarta dimensão) não existia antes do Big Bang, tampouco o espaço, mas isso não significa que algo "veio do nada", tanto filosófica quanto linguisticamente.
Na Época de Planck, o período mais antigo da história do Universo, entre 0 e 10 elevado a -43 segundos (ou 10 milhões de um trilhão de um trilhão de um trilionésimo de segundos), durante o qual as três forças fundamentais estavam unificadas e não existiam partículas elementares — o Universo se expandiu em 100 trilhões de trilhões de vezes de seu tamanho original. Em 380 mil anos, tudo se esfriou o suficiente para que os primeiros átomos se tornassem coesos e, a partir deles, elementos, estrelas e galáxias inteiras surgiram.
Desde o Big Bang , o Universo continuou a se expandir e, devido a ainda inexplicável energia escura (uma forma hipotética de energia distribuída por todo o espaço), a expansão está se acelerando.
O que acontecerá quando o Universo morrer?
Congelamento e Ruptura
(Fonte: Domestika/Reprodução)
O Grande Congelamento é a teoria mais atual e popular sobre como o Universo terminaria: por pura velhice. Esse fim, no entanto, anula todo o resto, pois nada poderá existir novamente.
As galáxias e sua luz estarão fora do alcance uma da outra de forma permanente, e as estrelas desaparecerão ou se transformarão em supernovas, criando buracos negros . Esses buracos se consumirão um a um, antes de perder toda sua energia e não deixar absolutamente nada para trás. O universo então ficará tão estendido que duas partículas jamais colidirão novamente, e a totalidade da realidade será consumida na mesmice da luz, sem o calor da entropia máxima.
Os físicos definiram o Grande Congelamento como sendo o futuro mais provável do Universo, porque parece que a quantidade de energia escura no cosmos é uniforme no espaço, ou seja, não há mais e nem menos dela em lugar algum.
(Fonte: Business Insider/Reprodução)
À medida que o espaço se expande, ele gera mais energia escura, alimentando a expansão e a fazendo acelerar. Esta energia constitui 68% de todo o universo, e a matéria chamada "normal" (de prótons, neutros e elétrons), a matéria de tudo na Terra, constitui apenas 4,9% da realidade.
Se mais e mais energia escura fosse gerada conforme o Universo se expande, não apenas as galáxias se afastarão umas das outra ao longo de bilhões de anos, mas as próprias moléculas são dilaceradas. A gravidade e as forças magnéticas não serão suficientes para manter as moléculas complexas juntas neste cenário, e a Grande Ruptura poderia, eventualmente, destruir o próprio espaço.
O Grande Colapso
(Fonte: Dusge/Reprodução)
Se a Grande Ruptura pode fragmentar nossa galáxia, que se transformariam em outros universos, foi proposto na década de 1960 que o Grande Colapso poderia "acertar o relógio", por assim dizer. Ele não criaria universos a partir deste, simplesmente reciclaria tudo no nosso próprio Universo como um ciclo de reencarnação.
A teoria sugere que a quantidade de energia escura gerada pela expansão do Universo começaria a diminuir, e toda matéria e energia entrariam em colapso sobre si mesmas. Planetas e estrelas, ao longo de bilhões de anos, colidiriam um por um, até que tudo se reduzisse a uma partícula de fogo e detonasse novamente em outro Big Bang.
(Fonte: Vision Afar/Reprodução)
Os astrônomos do século XX calcularam que a quantidade total de matéria na galáxia acabaria travando no lugar pela gravidade e, em seguida, faria com que o espaço diminuísse. Mas a hipótese foi derrubada em 1998, pois a densidade do Universo é baixa demais e sua expansão não está desacelerando, mas sim aumentando.
Contudo, a teoria não teria morrido totalmente. A revista Discover citou um artigo de 2002, chamado Um Modelo Cíclico do Universo, em que há a sugestão de que o Grande Colapso pode acontecer desde que assumamos que o tempo existia antes do Big Bang — algo considerado tecnicamente impossível, ainda que não de maneira conceitual.