Como saber se eu estou com síndrome de burnout? Entenda

Mega Curioso






É comum nos sentirmos exaustos depois de trabalhar bastante, quando nos dedicamos muito a um projeto complicado ou não temos tempo suficiente para aquele descanso merecido. Isso se tornou ainda mais comum na pandemia — com o home office , as tarefas domésticas e todas as notícias ruins enchendo nossa cabeça diariamente.
Porém, há diferença entre o cansaço, que pode ser resolvido com um feriado de descanso, e a síndrome de burnout (também chamada de esgotamento profissional, em português).
A síndrome burnout é definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como um "fenômeno ocupacional", resultante de estresse crônico relacionado ao trabalho — mas não é classificada como uma doença. O problema pode ser observado em três dimensões:
- exaustão ou total falta de energia;
- sentimento de cinismo ou negatividade, em relação ao trabalho;
- eficácia reduzida nas atividades;
Ou seja, a exaustão em si é apenas uma das três dimensões da síndrome de burnout — pelo menos para a ciência. Dito isso, os professores, policiais e profissionais de saúde estão entre as classes mais afetadas pelo esgotamento profissional.
Os profissionais de saúde estão entre os mais afetados pela síndrome de burnout, especialmente na pandemia (Imagem: Shutterstock)
É importante identificar os sintomas de "pré-esgotamento"
Segundo os especialistas, é importante identificar corretamente os casos de burnout — não só para resolvê-los corretamente, como também para identificar os sintomas que antecedem esse esgotamento completo e evitá-los.
A norte-americana Christina Maslach, uma das principais especialistas em síndrome de burnout no mundo, define três perfis que podem evoluir para o esgotamento total: os sobrecarregados, os ineficazes e os desengajados. Em resumo, quem está em apenas uma das três dimensões.
De todo modo, a recomendação para tratar o problema relativamente simples: entender o que está causando-o e focar nessa situação. Quando alguém está sobrecarregado, por exemplo, é importante replanejar as responsabilidades ou oferecer períodos de descanso. Mas para quem está desengajado porque não vê novos desafios na carreira, a solução provavelmente é outra.
A questão é que, se esses fatores de estresse não forem bem resolvidos — seja por mudanças nas condições de trabalho ou no estilo de vida fora da empresa — a condição pode chegar no colapso mental completo que é o burnout. A pessoa começa a ter mudanças de humor, prefere se isolar, fica mais irritadiça ou agressiva, tem dificuldades de concentração e pode demonstrar sintomas de ansiedade ou depressão.
O cinismo e a negatividade estão entre as características mais claras de que a síndrome de burnout já se instalou por completo. A partir dessas dificuldades psíquicas, quem sofre com essa condição pode descontar sua frustração em outras coisas (como comida, café e álcool), além de prejudicar a sua vida social, familiar e afetiva.
O burnout está relacionado ao trabalho, mas afeta diversas áreas da vida de quem sofre com essa condição (Imagem: Shutterstock)
Ajuda profissional é indispensável
O primeiro passo para lidar com a síndrome de burnout é procurar orientação médica (de um psiquiatra) ou psicoterapia. Um profissional poderá fazer o diagnóstico correto, com perguntas e aplicação de questionários. Depois disso, surgem as possíveis soluções.
Mudanças no estilo de vida são essenciais, começando por rotinas que ajudem a desestressar: exercícios, tempo com a família, além de atividades de lazer e relaxamento, como a meditação. Se a causa da síndrome de burnout está relacionada com o excesso de trabalho, é importante conversar com seu chefe ou com o RH da empresa para cuidar disso — melhorar as condições de trabalho é essencial para que a situação seja resolvida.
As pessoas com burnout têm direito a licença médica e podem até se aposentar por invalidez, em casos mais graves. Uma mudança de empresa ou até de carreira pode ser necessária, uma vez que voltar a mesma rotina pode causar um retorno dos sintomas. Por outro lado, como o tema sendo mais debatido, as empresas estão mais conscientes de que a condição deve ser tratada de forma adequada — e podem estar mais dispostas a ajudar.
A psicoterapia pode ajudar a processar os sentimentos negativos em relação ao trabalho e a lidar com situações estressantes. Mas, em casos mais graves da síndrome, pode ser preciso tomar alguma medicação para ansiedade ou depressão .
Procurar ajuda, de preferência profissional, é indispensável para lidar com a síndrome de burnout (Imagem: Shutterstock)
De qualquer forma, procurar soluções por conta própria — ou, ainda pior, ignorar os sintomas da síndrome de burnout — não é nem um pouco recomendado. Se você está sentindo algum dos três principais sinais dessa condição (ou percebeu que alguém próximo está com esses sinais), o mais importante é procurar ajuda profissional. Recapitulando, as três dimensões da síndrome de burnout são a total falta de energia, o cinismo e negatividade, e a menor eficácia durante as atividades.


