Como usar conectivos em seu texto?
Mega Curioso
Para elaborar um bom texto, precisamos lançar mão de diversas estratégias: definir o público-alvo, escrever conforme a norma-padrão, respeitando as regras da língua portuguesa, dar fluidez e estruturação lógica às nossas produções etc. Nesse sentido, um aspecto muito importante é dominar o uso dos conectivos, também chamados de conectores ou articuladores do discurso.
Esses termos ou expressões ligam sentenças e parágrafos, permitindo que o texto seja construído com base em uma sequência de ideias, garantindo a coesão e coerência, ou seja, a correta relação entre as palavras e a organização lógica do conteúdo.
Os conectivos podem ser conjunções, advérbios ou pronomes. Eles serão categorizados de acordo com a função que exercem no contexto. Temos conectivos que indicam causa, conclusão, finalidade, oposição etc.
Conheça alguns deles e saiba como aplicá-los em seu texto:
- ADIÇÃO: e, além disso, mas também
- CAUSA: é evidente que, certamente, naturalmente, evidentemente, por
- REAFIRMAÇÃO: nesse sentido, nessa perspectiva, em outras palavras, ou seja, novamente, em suma, em resumo, dessa forma, outrossim, destarte
- SEMELHANÇA: do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão
- OPOSIÇÃO/RESTRIÇÃO: mas, apesar de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco, por outro lado
- LIGAÇÃO TEMPORAL: atualmente, contemporaneamente, após a década de, antes de, em seguida, até que, quando
- OPINIÃO: a meu ver, creio que, em meu/nosso entender, parece-me que, (in)felizmente, obviamente
- HIPÓTESE: a menos que, supondo que, mesmo que, salvo se, exceto se
- FINALIDADE: para, para que, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de
- EXEMPLIFICAÇÃO: por exemplo, isto é, como se pode ver, a exemplo de
- ESCLARECIMENTO: (não) significa que, quer dizer, isto é, não pense que, com isto
- ÊNFASE: efetivamente, com efeito, na verdade, como vimos, como pudemos refletir, mais uma vez
- DÚVIDA: talvez, é provável, é possível, provavelmente, possivelmente, porventura
- CHAMAR A ATENÇÃO: note-se que, atentar para o fato de que, constata-se que, mais uma vez
- CONCLUSÃO: portanto, logo, enfim, em conclusão, em suma, concluindo, para que
- CERTEZA: evidentemente, certamente, decerto, naturalmente
- PROPORÇÃO: à medida que, da mesma forma
- CONFORMIDADE: conforme o(a), de acordo com, consoante, em conformidade
Exemplos
"Embora Luísa tenha se planejado e saído de casa cedo, chegou atrasada à aula de pilates que marcaria o início de uma nova turma, porque o trânsito atravancou seu caminho."
A conjunção embora tem como principal função introduzir uma oração que encerra uma ideia de concessão, pois, apesar de ter saído de casa cedo, Luísa se atrasou para a aula de pilates. O objetivo do pronome relativo que é retomar o sintagma “aula de pilates” presente na oração anterior. Por fim, a conjunção subordinativa porque inicia uma oração que exprime ideia de causa, pois, porque o trânsito atravancou seu caminho, Luísa chegou atrasada à aula de pilates.
O uso adequado desses conectores estabelece uma relação de sentido eficiente em um texto. É importante lembrar que cada um desses elementos tem uma função específica. Por isso, para cada tipo de relação a ser estabelecida entre as orações, há um conectivo que se adaptará perfeitamente.
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Mariana Bordignon S. de Souza, colunista semanal do Mega Curioso, é formada em Letras — Português, pós-graduada em Docência Universitária e especialista em Gestão de Projetos. Está envolvida com o mercado editorial há mais de 10 anos.