Da Penicilina a Amoxicilina: conheça a história dos antibióticos
Mega Curioso
Ao longo da evolução da humanidade, não foram poucas as tentativas do uso de substâncias e materiais com a intenção de secar feridas, curar febres, diminuir as dores e por aí vai. Por esse motivo, chega a ser praticamente impossível determinar qual a origem exata de medicamentos tão importantes quanto os antibióticos.
Mesmo assim, existem partes importantes dessa história que precisam ser estudadas e contadas para as próximas gerações, desde o surgimento da penicilina até a origem da amoxicilina. Então, vamos discutir um pouco mais desse tema nos próximos parágrafos. Veja bem!
Origem do termo
(Fonte: Shutterstock)
Embora o termo "antibiótico" seja bem difundido hoje em dia, nem sempre foi assim. Originalmente, o termo inicial proposto pelo filósofo Jules Vuillemin em 1889 era "antibiose", que era uma definição do antagonista dos seres vivos. Em 1942, entretanto, o bioquímico Selman Abraham Waksman sugeriu a mudança de nome.
Waksman redefiniu o termo para uma substância produzida por microrganismos — sejam eles bactérias, fungos ou actinomicetos — que fosse antagonista à vida de outros microrganismos em alta diluição no nosso corpo. Com o tempo, o pesquisador e outros microbiologistas notaram, estudando amostras de fezes, que algumas bactérias tinham a capacidade de destruir ou inibir outras.
Portanto, antibióticos nada mais são do que medicamentos contra a vida de micróbios. Como algumas dessas drogas funcionam para uma enorme gama desses microrganismos e outras possuem um espectro mais estreito, existe uma grande diversidade de medicamentos desse tipo no mercado.
Desenvolvimento dos antibióticos
Alexander Fleming. (Fonte: Wikimedia Commons)
Apesar de vários experimentos medicamentais terem sido feitos no passado, foi só em 1928 que Alexander Fleming descobriu o primeiro antibiótico verdadeiro: a penicilina. Porém, foi necessário mais uma década inteira para que esse medicamento fosse introduzido como tratamento para infecções bacterianas.
Antes disso, o prontosil, desenvolvido pelo alemão Gerhard Domagk, tornou-se o primeiro antibacteriano comercialmente disponível em 1930. O medicamento era feito de uma sulfanomida, um grupo de antibióticos bastante usado pelo baixo custo e pela sua eficácia contra algumas infecções bacterianas, como o tracoma e as do trato urinário.
Em 1945, a penicilina finalmente foi purificada o suficiente para ser usada por humanos e passou a ser distribuída em larga escala. O trabalho foi feito pelos pesquisadores Ernst Chain e Howard Florey. Essa, inclusive, passou a ser considerada a época de ouro dos antibióticos ao redor do mundo.
Era de ouro dos antibióticos
(Fonte: Shutterstock)
Por conta de suas descobertas, Alexander Fleming ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina. Não demorou muito para que a penicilina se tornasse um verdadeiro sucesso no mundo todo. Inclusive, foi amplamente utilizado no tratamento de soldados durante a Segunda Guerra Mundial, curando infecções de feridas no campo de batalha e pneumonia.
Com o sucesso desse medicamento, a indústria farmacêutica criou uma corrida para produzir outros antibióticos e por esse motivo existem tantas variedades nos dias de hoje. Somente nos Estados Unidos, estima-se que 150 milhões de prescrições de antibióticos são escritas a cada ano. Ciprofloxacino, Amoxicilina, Ampicilina, Azitromicina, Cefalexina, Tetraciclina são todos exemplos de medicamentos que surgiram nesse boom de antibióticos.
Porém, o mundo passou a entrar recentemente em um período complicado: atualmente existem poucos novos antibióticos sendo produzidos. Isso significa que os antibióticos que faziam muito sucesso no passado estão se tornando responsáveis por criar bactérias cada vez mais resistentes e cada vez mais comuns. Sendo assim, se a ciência não voltar suas atenções de volta para essa área da saúde e voltar a produzir novos compostos, nós corremos um sério risco de enfrentarmos uma crise sanitária.