Darwin realmente disse que o homem veio do macaco?

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Entender a complexidade das espécies que existem no mundo sempre foi um desafio para a humanidade. Até o século XIX, a resposta mais aceita era uma só: “Deus criou tudo”.
Contudo, o naturalista britânico Charles Darwin mudaria para sempre a resposta para esse questionamento, dando uma nova alternativa para a sociedade: a seleção natural.
O que é Seleção Natural?
A seleção natural é validada por outra ciência: a genética. (Fonte: Shutterstock)
Darwin estudou na Universidade de Cambridge e aos 22 anos participou de uma longa expedição que duraria cinco anos. Ao lado de outros cientistas, Darwin visitou diversos países, incluindo o Brasil e analisou vários exemplares de animais vivos, além de fósseis.
Foi então que o naturalista percebeu que muitos animais vivos daquela época tinham características semelhantes às de animais extintos — o que para ele não poderia ser apenas uma coincidência. Ao mesmo tempo, quando visitou as Ilhas Galápagos, localizadas no Equador, Darwin percebeu que nas ilhas úmidas, em que havia comida no chão, as tartarugas tinham o pescoço curto e o casco arredondado.
Por outro lado, nas ilhas com clima mais seco, em que a comida só estava disponível em arbustos, as tartarugas tinham o casco achatado e o pescoço longo, possibilitando que se alimentassem. Foi então que o cientista percebeu que essa diferença entre as espécies era parecida com aquela que criadores de animais obtinham com a seleção artificial.
Seleção artificial
As espécies de cães e gatos foram modificadas pelo homem. Imagem: Shutterstock
No século XIX o ser humano já havia modificado várias espécies de animais e plantas com o objetivo de melhorá-las. A seleção artificial foi o que possibilitou que tivéssemos espécies de vegetais que se adaptassem a climas diferentes daqueles de sua origem. Além disso, foi a seleção artificial que nos deu a enorme variedade de raças de cães que temos hoje.
Essa possibilidade de obter indivíduos mais fortes por meio da genética chamou a atenção de Darwin. Paralelo a isso, um estudo demográfico publicado pelo economista britânico Thomas Robert Malthus sugeria que o crescimento da população europeia viria a gerar um grave problema: escassez de alimentos.
Esse cenário resultaria em uma disputa por comida que faria com que apenas alguns indivíduos sobrevivessem. Esse estudo fez Darwin perceber que, por meio da escassez de recursos, a natureza realizada a seleção natural. Desse modo, apenas alguns indivíduos conseguiam se reproduzir, passando seus genes adiante.
Não viemos dos macacos
". imagem: shutterstock">Darwin não diz que "viemos dos macamos". Imagem: Shutterstock
Darwin sabia que suas ideias provocariam uma série de debates na comunidade científica da época. O que ele talvez não soubesse é que ainda hoje muitas pessoas refutariam seus argumentos se baseando em mentiras. A mais comum delas é que a Teoria da Evolução das Espécies diz que somos descendentes de macacos.
O que Darwin afirma é que existem diversas linhagens, como ramos de um galho, no reino animal. Uma delas é a dos primatas. Animais dessa linhagem têm características biológicas semelhantes. Esse é o caso dos seres humanos e várias espécies de macacos, por exemplo.
Há cerca de sete milhões de anos, um primata, ancestral comum dos seres humanos e dos chimpanzés, deu origem a duas outras linhagens. Uma delas, ao sul do continente africano, acabou evoluindo para o homem e a outra, ao oeste da África, deu origem aos chimpanzés.
A linhagem que deu origem aos seres humanos levou milhões de anos para evoluir, sendo que a nossa espécie só teria surgido há cerca de 200 mil anos. Ela foi se adaptando de acordo com os desafios ambientais, como o clima e a presença de predadores, até se tornar aquilo que chamaríamos de “Homo Sapiens”.
Lembrando que essas conclusões são baseadas em estudos de fósseis e, atualmente, até mesmo a Igreja reconhece a validade dos estudos de Darwin afirmando, em 2008, que ela é compatível com a visão bíblica.


