Embate: quais são as drogas mais poderosas do mundo?
Mega Curioso
Criada nos Estados Unidos em meados da década de 1980, o crack chegou ao Brasil poucos anos depois e se enraizou no país em nível pandêmico. Atualmente, a Cracolândia possui 1.680 usuários da droga (em sua maioria homens, negros ou pardos, de 35 anos, e baixa escolaridade), de acordo com dados levantados pela Universidade Federal de São Paulo com a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas.
O entorpecente é conhecido por seus efeitos devastadores na vida, no corpo e na mente de seus dependentes. O uso prolongado causa taquicardias, convulsões, espasmos, disfunções sexuais, e danos graves aos órgãos, principalmente ao cérebro. Nesse processo, o corpo também "morre" com a mente, a pele adquire um tom escurecido, enruga e resseca.
(Fonte: Câmara Municipal de Belo Horizonte/Reprodução)
O dependente deixa de dormir e se alimentar, perdendo peso e experimentando estados de paranoia, ansiedade, desorientação e agressividade. A depressão profunda também é responsável por fazer a pessoa cometer atos desesperados, como roubos e assassinatos, para conseguir satisfazer seu desejo de fumar o crack.
A heroína é outra substância muito famosa mundialmente por seu nível destrutivo de dependência química. As injeções frequentes prejudicam as veias, causam infecções nos vasos sanguíneos — além de contaminação por doenças, como HIV e hepatite C2. Além disso, a droga destrói algumas partes do cérebro, causando perda de memória e da capacidade de tomar decisões, além da inabilidade no controle de impulsos e problemas de fala e visão.
Destrutivas
Efeitos da droga Krokodil. (Fonte: Quora/Reprodução)
De acordo com um artigo do The Independent, a droga krokodil, um tipo de heroína, é considerada a droga mais mortal do mundo. Só na Rússia, mais de 1 milhão de pessoas são viciadas no entorpecente que causa gangrena e faz a pessoa escamar como um réptil. Isso porque os ingredientes em sua fórmula incluem uma bateria de analgésicos, produtos de limpeza, fluidos de isqueiros, entre outras substâncias venenosas.
Mas a stat, por exemplo, considera a heroína sintética, é muito mais mortal do que a heroína comum. Ela é declarada até 100 vezes mais potente do que a morfina, e 10 vezes mais do que a heroína "pura".
(Fonte: Revista Planeta/Reprodução)
Por outro lado, o Addiction Center coloca o álcool como a pior droga no mercado, bem como todas aquelas que fazem parte dos círculos sociais e foram normalizadas por governos e pelas pessoas. Segundo a Reuters, um estudo de 2010 apontou o álcool como mais prejudicial do que a heroína e o crack, dado todo seu contexto social.
Logo em seguida vem o tabaco, que mata quase meio milhão de pessoas nos Estados Unidos anualmente, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Em comparação com outra droga fumável, socialmente demonizada e ilegal em vários países, inclusive no Brasil, a maconha é considerada um dos entorpecentes menos nocivos atualmente, conforme um relatório científico pulicado pelo National Center for Biotechnology Information.
Uma ameaça quase despercebida
(Fonte: Uol/Reprodução)
E entre tantas substâncias de nomes fortes e contexto histórico controverso, está a que passa quase sempre despercebida no quesito "drogas superpotentes e viciantes": a cafeína.
"A cafeína é a droga de uso recreativo mais difundida no mundo", disse James Bibb, professor de psiquiatria da Universidade do Texas, Estados Unidos, e um dos autores de um estudo publicado na edição de 2002 da revista Nature sobre os efeitos semelhantes da cocaína e cafeína.
O composto químico é classificado como droga porque é um estimulante cardíaco e diurético, deixando as pessoas mais eufóricas e causando dependência física e psicológica a longo prazo — agindo de maneira semelhante aos outros tipos de entorpecentes, ainda que em um grau bem menor.
Além disso, ao contrário do krokodil e da heroína, a cafeína demonstrou ter benefícios para a saúde, como alivio da dor, humor elevado, cognição expandida, e entre outros. No final das contas, esses estudos existem para mostrar que muito do que o ser humano consome não está ileso dos componentes formulados pela indústria farmacêutica ou alimentícia.