Fóssil de baleia ancestral de 4 patas é encontrado no Egito
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Cientistas do Centro de Paleontologia de Vertebrados da Universidade de Almançora (MUVP), confirmaram que o fóssil descoberto na depressão de Fayum, localizada no deserto ocidental do Egito , trata-se do registro de uma baleia ancestral pertencente ao grupo Protocetidae, que viveu a cerca de 43 milhões de anos atrás. Segundo estudo publicado no Proceedings of the Royal Society B, na última quarta-feira (25), o animal era híbrido e tinha quatro patas.
Apelidada de Phiomicetus anubis pela semelhança do crânio com o de Anúbis, antigo deus dos Mortos egípcio, a baleia pesava cerca de 600 quilos e se estendia por três metros de comprimento, marcando a transição da espécie da terra para o mar. Segundo os pesquisadores, o anfíbio com dimensões colossais era um dos grandes predadores do Eoceno, segunda época da Era Cenozoica e compreendida entre 56 e 34 milhões de anos atrás, e possivelmente representa o Protocetidae mais primitivo já conhecido na África.
(Fonte: Reuters/Reprodução)
“O Phiomicetus anubis é uma nova espécie de baleia e uma descoberta de destaque para a paleontologia egípcia e africana”, disse o autor do estudo, Abdullah Gohar, em entrevista à Reuters.
(Fonte: Reuters/Reprodução)
Apesar de ser uma região desértica, a depressão de Fayum é berço de verdadeiras relíquias e se consagra como palco rico em fósseis, com registros que “variam de baleias semiaquáticas como crocodilos a baleias gigantes totalmente aquáticas”, conforme o coautor Mohamed Sameh, da Agência Egípcia de Assuntos Ambientais.
Caso antigo de baleia de quatro patas
Em 2011, paleontólogos descobriram, no Peru, o primeiro registro fóssil de uma baleia de quatro patas, pés palmados e cascos, datada de 43 milhões de anos assim como P. anubis. O achado, pioneiro na categoria, abriu espaço para estudos sobre a origem desses animais, sendo especulado que seu surgimento se deu ainda na mesma época geológica, porém há cerca de 50 milhões de anos e no continente asiático.
No momento, especialistas seguem analisando o panorama da evolução das baleias primitivas na África, enquanto levantam questões sobre ecossistemas antigos e a coexistência da espécie no Egito.