Mulher se livra de HIV sem tratamento e anima cientistas
Mega Curioso
Um milagre da saúde parece ter acontecido com uma mulher na Argentina. Após uma série de exames, os médicos constataram que a paciente teria se livrado do seu diagnóstico de HIV , vírus causador da Aids, sem necessitar de qualquer tipo de drogas ou tratamento para lhe auxiliar nesse processo.
Segundo os arquivos históricos, essa seria apenas a segunda vez que algo do tipo teria sido registrado. Especialistas acreditam que o sistema imunológico da mulher tenha eliminado o vírus por conta própria. Conforme apontado na revista científica Archives of Internal Medicine, foram feitos testes em mais de 1 bilhão de suas células e nenhum traço da infecção foi encontrado.
Eliminação do HIV
(Fonte: Shutterstock)
O caso da "paciente Esperanza", nome dado para que ela permanecesse anônima, é uma amostra de que algumas pessoas nasceriam com uma resistência natural ao HIV. Portanto, alguns indivíduos teriam genes capazes de evitar a infecção por completo, enquanto outros podem até contraí-la para depois erradicá-la.
Mesmo assim, isso não parece ser um fator comum na sociedade. Na maioria dos casos, os pacientes diagnosticados com HIV necessitam receber a terapia antirretroviral (TARV) para o restante da vida — correndo sérios riscos caso interrompam o tratamento .
Ao que tudo indica, somente 1% das pessoas no mundo nasce com os genes que impedem o HIV de entrar e infectar as células. Caso os cientistas encontrem uma forma de controlar esse processo, esse seria o primeiro passo a ser dado para conseguirmos eliminar ou curar efetivamente o vírus.
Possibilidade de novos tratamentos
(Fonte: Shutterstock)
Responsável pelo estudo, o pesquisador Xu Yu, do Instituto Ragon do Hospital Geral de Massachusetts, ligado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, afirmou o desejo da comunidade médica em realizar novos estudos sobre a cura do HIV.
"Pode haver um caminho prático a uma cura esterilizante para pessoas que não são capazes de fazer isso por conta própria", disse em entrevista à BBC. Como próxima etapa, os cientistas devem analisar os casos de Esperanza, que passou 8 anos com o vírus não detectado, e Loreen Willenberg, primeiro caso de imunidade contra o vírus, para coletar mais informações.
"Estamos agora observando a possibilidade de induzir esse tipo de imunidade em pessoas em TARV, por meio da vacinação, com o objetivo de educar seus sistemas imunológicos para serem capazes de controlar o vírus sem a terapia antirretroviral", concluiu Yu.
Comprovação da cura
(Fonte: Shutterstock)
Embora o caso de Esperanza chame a atenção da comunidade médica, existe cautela a respeito do tema. Na visão de alguns especialistas, é praticamente impossível afirmar se uma pessoa foi definitivamente curada do HIV, por mais que todos os recursos tecnológicos existentes atualmente tenham sido esgotados.
Uma das explicações para isso é a possibilidade de um desses casos de "cura" ser na verdade uma "infecção abortiva", isto é, a infecção teria tentado progredir pelo organismo da pessoa, mas foi eliminada ainda precocemente. Portanto, esse tipo de situação não poderia ser configurado como uma pessoa com HIV.
Pelo lado bom, a análise do sistema imunológico da paciente mostra ter uma lembrança de ter sido infectado, dando indícios de que ela teria contraído o vírus. Essa descoberta é especialmente importante porque pode oferecer uma nova visão para as terapias imunológicas existentes atualmente. Sendo assim, é possível que o campo científico continue progredindo para alcançar a cura contra o HIV em breve.