Home
Notícias
Neuroplasticidade como prevenção contra perda de memória por doenças
Notícias

Neuroplasticidade como prevenção contra perda de memória por doenças

publisherLogo
Mega Curioso
17/03/2022 11h00
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/14923013/original/open-uri20220317-18-14nizhf?1647514859
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Quando o cérebro humano se reorganiza para aprender algo novo ou é sujeito a novas experiências que têm o poder de o afetar e moldar, este está exercendo o que chamamos de neuroplasticidade. A neuroplasticidade pode ser entendida como uma forma de estímulo cerebral benéfica para os tecidos neurais.

A neuroplasticidade cerebral promovida mediante o processo de aprendizagem condiciona não apenas uma boa saúde mental, como também diminui os danos de doenças que atacam as células neuronais. Logo, exercitar o cérebro permite ampliar e melhorar a forma dos neurônios, promovendo resultados benéficos para a saúde ao longo da vida e diminuindo as chances de desenvolver doenças neurológicas. Dentre os benefícios promovidos por esta técnica, está a multiplicação das células gliais que dão suporte ao funcionamento do órgão e prevenção contra agentes nocivos.

Cuidados com os neurônios

Um dos exemplos que podemos tomar em consideração é a pandemia que vivemos nos últimos dois anos. A proteína da covid-19 se acopla aos astrócitos, que são células gliais que dão suporte aos neurônios. Elas possuem as mais diversas funções, entre elas estão proteção e nutrição neural. O coronavírus prejudica o funcionamento dos astrócitos e consequentemente desencadeia perda de memória. Portanto, exercer a neuroplasticidade e fortalecer a saúde desses tecidos é um cuidado preventivo para os males do vírus.

Há vários exemplos que nos provam que quanto mais pusermos o nosso cérebro para trabalhar aliando outras mudanças de hábitos conseguimos ter um cérebro mais saudável e melhor preparado. Não devemos esquecer que o cérebro é plástico e pode sempre melhorar.

Um estudo feito pela cientista Marian Diamond constatou que Einstein tinha mais células gliais por neurônio que a maioria das pessoas, fator relacionado com a sua inteligência. Portanto, as pessoas mais inteligentes têm neurônios maiores e podem ter mais células gliais para que consigam um melhor suporte.

Além disso, como referido acima existem pequenos hábitos que podem fazer toda a diferença para o desenvolvimento do cérebro através da neuroplasticidade.

  • 1. Alimentação: Estamos cansados de saber que dietas como a japonesa e do mediterrâneo ajudam nesta neuroplasticidade.
  • 2. Exercícios físicos: Sim, há uma liberação de neurotransmissores que ajudam no processo de memorização, crucial para a neuroplasticidade.
  • 3. Dormir de noite e não de madrugada: Começamos a liberar melatonina, neurotransmissor crucial para o "reset" do cérebro ao anoitecer, sua produção mais intensa acontece de duas às quatro da madrugada. Durante o sono ocorre, no sistema nervoso central, uma limpeza de substâncias nocivas como as beta-amiloide. No hipocampo as memórias são recolhidas provisoriamente durante a noite e depois vão para o lobo frontal, onde se dá a escolha entre o que interessa ou não guardar, armazenando as escolhidas por meio de ondas do sono profundo, para o córtex cerebral onde são armazenadas. O sono lento e profundo ajuda a consolidar o que se aprendeu.
  • 4. Auto-observação: observar atentamente seus pensamentos, sentimentos e sensações corporais.
  • 5. Procure as perguntas e não as respostas: Elas são melhores para que explore o conteúdo mais completo enquanto as perguntas são mais bem definidas e a emoção na expectativa é ilimitada até que a resposta a limita.
  • 6. Faça o oposto: Se está ruim, troca, mude o seu ponto de vista, mas não apenas isso, mude a mão que escova os dentes, ande de costas, inverta as mãos no teclado, mude os exercícios físicos. Obrigue o seu cérebro a trabalhar em novas vertentes já que fazer a mesma coisa consolida o modo automático do cérebro.
  • 7. Controle a ansiedade: A ansiedade aciona o sistema simpático do corpo, alterne acionando o sistema nervoso periférico para tirar o foco da ansiedade, como faz isso? Mexendo em partes do corpo como pés, nádegas, coxas, braços, aperte com vontade e sita. Pense em palavras que te tragam pensamentos relaxantes, uma palavra já te leva a outra atmosfera mental. Mude o pensamento, revertendo-o para o que não te traga ansiedade.
  • 8. Metas alcançáveis: Tenha metas em que sua capacidade as faça alcançar. Melhor milhares de metas alcançáveis do que uma só impossível que possa te frustrar caso não a conquiste. As metas são motivos de vida e te levam a procurar conhecimento para conquistá-las.
  • 9. Estímulo intelectual: Ler, estudar, escrever trabalhos com pesquisas, fazer resumos, aprender música, novos idiomas, e áudios e vídeos que tragam conhecimento são menos eficazes, mas é melhor que nada.
  • 10. Arte e dança: Isso mesmo, dance, ou pinte um quadro, que tal desenhar o que aprendeu? Explore seu lado artista, afinal, Leonardo da Vinci foi um gênio.

***

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é PhD em Neurociências; doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; mestre em Psicologia; mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciado em Biologia e em História, tecnólogo em antropologia, pós-graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, filósofo, jornalista, especializado em programação em Python, Inteligência Artificial e tem formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat — La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Europeia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também