Peggy Shippen: a adolescente que se tornou uma espiã de sucesso
Mega Curioso
O que você estava fazendo dos seus 15 aos 18 anos? Preparando-se para o Enem? Sonhando com baladas? Sofrendo por amor? A adolescência costuma ser uma fase intensa de nossas vidas, mas alguns jovens exageram na intensidade de suas ações. Esse pode ser o caso de Peggy Shippen, uma moça que, aos 18 anos, se tornou uma das mais brilhantes espiãs da história dos EUA.
Peggy Shippen, cujo nome verdadeiro era Margaret, era membro da elite dos recém-criados Estados Unidos da América. Filha de um ex-juiz, a família da jovem ainda continha dois ex-prefeitos da Filadélfia, onde vivia a família Shippen. Naquela época, o principal debate nas rodas políticas era a independência americana.
Peggy Shippen (Fonte: Wikipedia)
O pai de Peggy, Edward Shippen, não era um grande entusiasta da independência, sendo considerado um “legalista”, ou seja, alguém que preferia que as antigas colônias norte-americanas permanecessem fiéis à Coroa. Alguns historiadores dizem que isso teria influenciado os pensamentos de Peggy sobre o tema, embora ela sempre tenha se mantido discreta sobre suas opiniões políticas.
Romance e espionagem
Em constante conflito com os EUA, a Inglaterra havia dominado a Filadélfia em 1777. Os ingleses comandavam a vida cultural da cidade, promovendo eventos e bailes. A jovem Peggy Shippen costumava frequentar esses bailes e sua beleza chamou a atenção dos militares britânicos.
Em uma dessas festas, ela conheceu o oficial John André, que viria a ser seu namorado. Em 1778, os britânicos se retiram da Filadelfia. A região passa a ser comandada por aquele que, até aquele momento, era considerado um herói americano: Benedict Arnold.
Aos 18 anos, Peggy se casa com Arnold e dá início a uma das parcerias mais eficientes da história da espionagem — até aquele momento, é claro. Apesar de estar em posição de destaque junto ao governo dos EUA, Arnold decide mudar de lado e passa a apoiar os britânicos, de forma discreta, obviamente.
Arnold (Fomte: Wikepedia)
O governo dos EUA foi informado que Arnold era um legalista e que deixava que outros legalistas fizessem negócios na Filadélfia, desde que lhe pagassem uma propina. Arnold, logicamente, negou tudo. Ele chegou a pedir que o General George Washington investigasse o caso. Washington não ajudou Arnold e isso o estimulou a trair os EUA.
Peggy decide ajudar o marido e faz a ponte entre ele seu ex-namorado, o oficial John André, a pessoa que, segundo alguns historiadores, foi o seu grande amor. André e Peggy passam a conversar constantemente.
Criptografia de ponta — para a época
Peggy mostrou ao seu marido como ele poderia se comunicar com os britânicos, usando mensagens cifradas e a ajuda de André. O casal passa a vender segredos oficiais aos britânicos e, com o tempo, são cortejados por ambos os lados em troca de informações.
Em 1880, os britânicos prometeram a Arnold 20 mil libras e o cargo de general. Já Washington disse que ele se tornaria o segundo homem em comando. Arnold optou por trair os EUA.
O plano consistia em Arnold entregar West Point a André, facilitando a invasão. Contudo, André foi capturado e, depois, enforcado por ser um espião. Arnold fugiu com a ajuda dos britânicos e deixou a esposa para trás.
De forma genial, Peggy convenceu os americanos que não sabia dos ideais do marido e nem de seus planos. O próprio George Washington a ajudou a ir para a Inglaterra encontrar seu marido.
Em segurança, Peggy teve cinco filhos. Ela recebeu dos britânicos uma pensão anual de mil libras. Ela morreu aos 44 anos de idade. Em vida, sempre usou um medalhão que continha um fio de cabelo de André.