Por que pequenos e micropaíses existem?
Mega Curioso
O sonho de qualquer turista seria poder conhecer um país inteiro em um único dia. Já pensou nisso? Se locomover para outra parte do planeta e conseguir desfrutar de todas as belezas de uma nação em apenas 24 horas. Por mais loucura que isso possa soar, esse é um feito que pode ser alcançado caso o seu destino seja um micropaís ou cidade-estado.
E não pense que são poucas as opções que existem ao redor do planeta. A lista é extensa, incluindo nomes como Vaticano, Mônaco, Andorra, San Marino, Liechtenstein e muito mais. Mas qual o sentido para espaços de terra tão pequenos serem independentes e não pertencerem a outras nações maiores? É sobre isso que falaremos nesse artigo.
Pequenas nações
Antes de nos aprofundarmos nos motivos políticos que tornam benéficos para países pequenos e micropaíses serem possíveis nos tempos atuais, precisamos entender quais são as reais dimensões dessas nações. Afinal, o quão pequeno estamos falando? Com o que podemos comparar no Brasil?
Alguns exemplos disso são:
Mônaco
(Fonte: Pixabay)
O Principado de Mônaco é uma cidade-estado soberana situada ao sul da França. Fundada em 1297 pela Casa de Grimaldi, que até hoje comanda a região, ela possui uma área de aproximadamente 2,02 km² — tornando-a o segundo menor Estado do mundo.
Com cerca de 38.400 habitantes, Mônaco tem a maior densidade populacional do mundo. Para métodos de comparação, a cidade de São Paulo possui 1.521 km². Ou seja, caberiam mais de 750 versões do micropaís dentro da capital paulista.
Vaticano
(Fonte: Pixabay)
Considerado o menor país do mundo, o Vaticano é o verdadeiro símbolo da independência da Igreja Católica. Existente desde 1929, o micropaís serve como lar para o Papa e recebe cerca de 8 milhões de visitantes por ano. Sua extensão territorial? Apenas 0,44 km².
Isso significa que o Vaticano caberia 200 vezes dentro de Vitória, a menor das capitais brasileiras em área — com território de 93,38 km².
Eslovênia
(Fonte: Pixabay)
Apesar de ser somente o 45º menor país no mundo, a Eslovênia é consideravelmente pequena em comparação com o que já foi um dia. Conquistando sua independência da antiga Iugoslávia em 1991, essa nação mantém guardado uma incrível beleza natural e castelos muito charmosos.
Ao todo, o país possui uma área de 20 mil km². Esse número é quase 10 vezes menor do que a extensão territorial do estado do Paraná, com área de 199.315 km².
O sucesso dos países pequenos
(Fonte: Pixabay)
Quando vemos nações tão pequenas, dificilmente conseguimos imaginar que elas serão bem sucedidas. Durante as reuniões econômicas internacionais, como o G5, G7, G8 ou G20, esses países constantemente passam despercebidos. Mesmo assim, eles costumam apresentar bastante sucesso econômico e também em termos sociais.
Em um primeiro momento, podemos imaginar que os micropaíses estarão sempre em uma posição política delicada por não serem poderosos o suficiente para influenciar outros territórios e constantemente precisam aceitar os termos em tratados econômicos. Ou seja, a visão é sempre de que os grandes países recebem a maior parcela de tudo.
Entretanto, essas nações costumam compensar essa desvantagem numérica por um alto índice de flexibilidade e adaptabilidade. Cientes de suas desvantagens, essas nações estão sempre mais dispostas a cooperar com seus parceiros de fronteira e estabelecer um alto grau de confiança entre as partes.
Um exemplo disso é a Suíça, que aprendeu a desenvolver suas parcerias econômicas pela Europa e também por outros continentes em vez de arranjar conflitos desnecessários. Essa foi a receita de sucesso utilizada pelo país de 44 mil km² no passado e que lhe rendeu um poderio financeiro enorme.
A força da fragmentação
(Fonte: Pixabay)
A vantagem de possuir um território relativamente pequeno para dar conta é que os países pequenos e micropaíses podem concentrar seus esforços em um menor contingente populacional. Ou seja, menos área para desenvolver e mais organização política e financeira.
A Islândia , com a sua população de 360 mil habitantes, tornou-se o menor país participante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Com seu próprio dialeto, moeda, banco central, embaixadores, linhas aéreas e riqueza literária, o país tem tudo para se tornar um símbolo da fragmentação no futuro.
E essa parece ser uma tendência mundial. Antes da Primeira Guerra Mundial, somente 62 países independentes existiam ao redor do planeta. Atualmente, eles são 193. Países grandes até podem ter maior força política no cenário internacional, mas comumente eles são menos prósperos que os micropaíses.
Desvantagens de ser pequeno
(Fonte: Pixabay)
Países pequenos podem até conseguir uma cadeira no conselho da Organização das Nações Unidas (ONU), mas dificilmente terão direito a voz no Conselho de Segurança. Em um mundo cada vez mais globalizado e de trocas econômicas, é possível que essa constante ameaça de conflito seja menor. Porém, isso não quer dizer que os países maiores não possuem maior segurança territorial.
Aliás, essa não é a única vantagem que uma nação de maior domínio possui sobre os pequenos e micropaíses. Um exemplo disso é o equilíbrio entre partes. Se um estado como São Paulo, que é gigante para a economia brasileira, passa por um momento de crise, o Brasil pode tentar equilibrar esse cenário com o sucesso econômico de outras regiões do país.
Ao contrário disso, um país como Andorra, com apenas 469 km² de extensão territorial, não teria de onde tirar recursos caso seu principal ponto de comércio entrasse em recessão. No geral, ser um país de menor tamanho abre uma brecha para que você consiga ser melhor organizado financeiramente, mas também faz com que você esteja constantemente pendurado em uma corda bamba.