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Quando acidentes de trens se tornaram um entretenimento perigoso
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Quando acidentes de trens se tornaram um entretenimento perigoso

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Mega Curioso
31/12/2021 13h00
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De arremesso de raposas no século XVII ao turismo atômico da década de 1950, os americanos sempre desfrutaram de um gosto peculiar em momentos de diversão. Entre 1896 e 1930, os cidadãos se arrumavam para se sentar em uma plateia e assistir a encenações de batidas de trens.

Em 15 de setembro de 1896, 40 mil pessoas se reuniram no norte de Waco, no Texas (EUA), para ver 2 locomotivas de 35 toneladas se chocarem a 80 km/h, fazendo suas caldeiras explodirem com o impacto, criando uma erupção de destroços, lançados a centenas de metros em todas as direções.

(Fonte: Flickr/Reprodução)(Fonte: Flickr/Reprodução)

Como consequência, fragmentos do maquinário desfiguraram milhares de espectadores ao atingirem a plateia, cegando um homem, matando duas pessoas durante uma tempestade de granizo de metal e outras que acabaram com parafusos alojados na cabeça. Ninguém sabe quantos outros foram desfigurados e queimados.

Por incrível que pareça, as pessoas pagaram para testemunhar esse evento — e quase a própria morte. O que é mais bizarro é que elas entravam em luta corporal no momento em que os comboios colidiam para poder coletar uma lembrança do choque.

A prática perigosa    

(Fonte: Desert News/Reprodução)(Fonte: Desert News/Reprodução)

No início daquele ano, A.L. Streeter organizou o primeiro evento de colisão de trem ao vivo, descrito por ele como "o espetáculo mais realista e caro já produzido para a diversão do público americano".

O evento deu tão certo que mais 6 foram organizados antes de o feito por William George Crush, um agente geral de passageiros da Missouri-Kansas-Texas Railroad (MK&T), em Waco. Para essa encenação em questão, os trabalhadores da ferrovia criaram uma cidade fictícia a 24 quilômetros do centro de Waco para que o show pudesse acontecer de maneira “segura”.

(Fonte: Amusing Planet/Reprodução)(Fonte: Amusing Planet/Reprodução)

Para acomodar os pagantes, os organizadores perfuraram dois poços, instalaram canos para torneiras, trouxeram tanques de água mineral e montaram barracas de limonada e um restaurante temporário.

Para entretê-los até a hora do grand finale, eles se inspiraram nos moldes da Feira Mundial de 1893 e montaram bancas de jogos, bem como organizaram apresentações de artistas circenses. Aqueles que pagaram ingresso para roubar as pessoas e outros tipos de criador de problemas foram parar em uma prisão de madeira nos fundos do espaço.

Um empreendimento lucrativo

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Esse tipo de entretenimento foi um alento para a economia da época, que ainda estava saindo de uma crise, arrecadando milhares de dólares por dia com passagens de trem de ida e volta no valor de US$ 2, beneficiando diretamente a indústria ferroviária. 

A MK&T foi a que mais se beneficiou com o empreendimento, visto que sofria com a quantidade de competição, embora estivesse crescendo no ramo ferroviário. Para eles, valia a pena destruir duas locomotivas na frente de milhares de pessoas apenas para se manter em relevância e lucrar.

Apesar de a cena pós-acidente ser de caos e horror, a mídia nem sequer se preocupou com as vítimas e os perigos do evento, apenas elogiou a ideia dos organizadores do espetáculo, criando uma sede por mais eventos como esse e ajudando a popularizar o espetáculo.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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