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Sanguessugas, cocaína e ópio: os medicamentos do Velho Oeste americano
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Sanguessugas, cocaína e ópio: os medicamentos do Velho Oeste americano

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Mega Curioso
26/11/2021 20h31
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Ao longo do século XVI e XVII, os europeus marcaram seu nome na história do mundo ao desenvolverem métodos de cura para tratamento de dores de cabeça à epilepsia — para a qual nem existia diagnóstico na época — através de medicamentos feitos a base de ossos, sangue e gordura de seres humanos .

O escândalo ficou marcado pelo roubo deliberado de crânios, ossos e restos mortais de múmias em cemitérios irlandeses para a confecção dos remédios, configurando um dos passados canibais mais controversos da Europa. Além disso, foi estabelecido uma espécie de rede de comércio clandestino em que até mesmo os coveiros roubavam e vendiam cadáveres para a confecção dos remédios.

Enquanto isso, a região do Velho Oeste dos Estados Unidos, no século XIX, também não ficou muito atrás dos europeus pelos seus métodos rudimentares de medicina.

Nada ortodoxo

(Fonte: Biblioteca Brasiliana/Reprodução)(Fonte: Biblioteca Brasiliana/Reprodução)

Naquela época, por incrível que pareça, qualquer pessoa poderia se autodeclarar médico. Como aponta um artigo da American Heritage, apenas cerca de um quarto de todos os médicos pioneiros da América realmente detinham um diploma de uma faculdade de medicina.

Em meio a esse limbo em que a ignorância sobre a medicina tinha a maior taxa, os médicos diplomados e os charlatões usaram, no entanto, de curas questionáveis para aqueles que enfrentavam a vida na região devastada pela malária, cólera, febre tifoide, varíola, gripe e outros surtos de doença que se apoderaram do oeste do país.

“Não importa o quão leve seja um ferimento, uma vez que a pele foi rompida, as chances eram boas que uma infestação bacteriana mortal levasse a terapias drásticas, várias operações, amputações e, frequentemente, à morte”, escreveu o médico Stanley B. Burns, consultor da PBS. Ou seja, uma perna quebrada poderia ser fatal no século XIX.

(Fonte: Toluna/Reprodução)(Fonte: Toluna/Reprodução)

Então, para tratar essa gama de doenças, o uso de sanguessugas na medicina do Velho Oeste era um dos tratamentos mais difundidos. No início da Era Comum, os indianos já fazia o uso do animal gosmento para fins medicinais, porém a prática só foi popularizada no ocidente no século XIX.

Muitos médicos acreditavam que a sangria tratava e prevenia doenças, mas ela podia ser bem perigosa. Como aponta o livro Frontier Medicine, escrito por David Dary, alguns pacientes chegaram a perder 4/5 de seu sangue no processo, ou acabavam engolindo as sanguessugas acidentalmente. Quando isso acontecia, o paciente recebia uma taça de vinho a cada 15 minutos para destruir o animal no corpo.

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Crianças e adultos foram medicados com xaropes misturados com morfina, sob títulos lúdicos como "Xarope Calmante da Sra. Winslow", que também poderia conter outros tipos de drogas viciantes. O ópio foi administrado para tosse e diarreia, considerado cura para tudo, bem como a cocaína era tida como eficaz para dores de dente.

Quando os médicos do Velho Oeste precisavam de algo mais forte para tratar doenças agressivas, eles recorriam a abordagens ainda menos ortodoxas, como ensopar pacientes com malária em água gelada e fazê-los deitar nus no ar frio para combater a doença. 

Para a cura da gota e do reumatismo, por outro lado, os especialistas matavam um cachorro gordo, removiam suas entranhas e o enchiam com ervas, ovos e enxofre antes de assá-lo em uma fogueira, cujos gases da fumaça, supostamente, purificariam o doente.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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