Spermbot: a maneira revolucionária de engravidar
Mega Curioso
Um dos maiores problemas para a infertilidade masculina acontece quando os espermatozoides nadam muito devagar. Entretanto, uma equipe de pesquisadores acredita ter encontrado a solução para esse tipo de caso. Partindo desse princípio, o Instituto Leibniz de Pesquisa de Estado Sólido e Materiais em Dresden (IFW Dresden) desenvolveu um programa chamado "spermbots".
Os spermbots nada mais são do que nanorrobôs projetados para trabalhar como um táxi para os espermatozoides, carregando-os em alta velocidade até o óvulo. Navegando através de um campo magnético, essa nova tecnologia funciona como uma pequena hélice de metal em forma de saca-rolhas, grande o suficiente para cobrir a cauda do gameta masculino e levá-lo para a fertilização.
Desenvolvendo nanorrobôs
A invenção dos spermbots é a mais recente no campo de nanorrobôs que estão sendo projetados para navegar pelo corpo humano. Apesar do sucesso recente apresentado pelas pesquisas, o projeto teve origem há dois anos, quando a equipe de cientistas do IFW Dresden ainda realizada testes em gametas femininos.
Embora a expectativa seja de que um dia o projeto atinja o grande comércio, os nanorrobôs de fecundação não estão prontos para dar o próximo passo. De acordo com os pesquisadores, ainda é necessário que um espermatozoide guiado por um spermbot consiga fertilizar um óvulo na vida real.
Para isso, é possível que sejam necessários mais alguns anos até que técnica esteja pronta para testes em humanos. Nesse meio tempo, a expectativa é de que o mercado de fertilização in vitro continue crescendo acentuadamente. Segundo a Iniciativa Nacional em Nanotecnologia dos Estados Unidos, o governo norte-americano investiu mais de US$ 22 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de nanorrobôs para a medicina desde 2001.
Sucesso na fertilização
(Fonte: Unsplash)
Em entrevista à CBS News, o diretor do IFW Dresden, Oliver Schmidt, ressaltou que sua invenção não é necessariamente feita para gerar um avanço na nanotecnologia, mas sim para "resolver um problema específico chamado de infertilidad e dos homens que sofrem com astenozoospermia (espermatozoides imóveis)."
Segundo as pesquisas do instituto, cerca de 10% a 15% dos casais norte-americanos sofrem com infertilidade. Entre esses casos, a influência da infertilidade masculina costuma aparecer em 40% a 50% das vezes. Caso seja comprovada, a técnica usada com os spermbots não precisaria que os ovócitos (gametas femininos) fossem cultivados fora do organismo e depois reimplantados.
"A longo prazo, isso pode levar a taxas de sucesso mais altas para casais que desejam ter um filho, mas são - pelos padrões atuais - considerados inférteis. O quanto a nanotecnologia estará envolvida ou se tornará a norma nesses processos é difícil de prever", explicou Schmidt.
Progresso em laboratório
(Fonte: Unsplash)
Até o momento, os spermbots só foram testados com esperma bovino e ainda não tiveram uma fertilização de óvulo bem-sucedida. Na visão de Schmidt, o motor que carrega o espermatozoide ainda é relativamente ineficiente e precisa de mais trabalho até que possa ser usado em humanos.
Ainda assim, o engenheiro acredita que o seu projeto, caso receba as atualizações necessárias, possa servir como uma ponta de esperança para casos onde "outras técnicas mais estabelecidas no mercado já falharam".