Violet Bonham Carter: a icônica vida da avó da atriz Helena Bonham Carter
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É impossível não relacionar o sobrenome Bonham Carter com a atriz Helena Bonham Carter, que fez sucesso em filmes como Harry Potter , Sweeney Todd, Alice no País das Maravilhas e The Crown. Poucos sabem, porém, que seu legado vem de muito antes dos cinemas modernos: sua avó, Lady Violet Asquith, é uma das maiores vozes contra regimes opressores e a favor da liberdade humana.
Nascida em Hampstead, Londres, em 15 de abril de 1887, Helen Violet Asquith teve a infância marcada por tragédias e implicações políticas. Após a morte de sua mãe, Helen Melland, seu pai teve uma ascensão meteórica no eleitorado local e a tentativa de um novo casamento com Margot Tennant, com quem Violet constantemente batia de frente e tinha problemas de relacionamento.
Sem o amparo dos irmãos, que frequentavam a Universidade de Oxford durante a infância de Violet, a única opção da garota era recorrer a livros e outros documentos deixados por eles, à medida que estudava ao lado de governantas e em escolas de aperfeiçoamento. As primeiras oportunidades na sociedade britânica surgiriam para a Lady Asquith apenas em 1905, quando seu pai se tornou chanceler do Tesouro do Reino Unido.
O despertar político-social de Violet
A grande reviravolta na vida de Violet aconteceu em 1908, época em que desenvolveu laços íntimos de amizade com um jovem Winston Churchill , de 32 anos, que sugeriu seu nome para assumir a chefia do gabinete do pai, nomeado primeiro-ministro britânico. Essa promoção foi o pontapé para que Lady Asquith tomasse um assento na primeira fila da política britânica e começasse a se manifestar.
(Fonte: Wikipedia / Reprodução)
Após seu pai deixar o cargo de autoridade nacional, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a jovem ativista tornou-se uma das principais críticas ao Tratado de Versalhes e ao comportamento da Alemanha, advertindo sobre "consequências desastrosas de longo prazo pelas quais nossos filhos e as crianças do mundo terão de pagar."
Entre 1923 a 1925 e 1939 a 1945, ela foi eleita presidente da Federação Feminina Liberal e marcou a história do Partido Liberal ao ser designada como a primeira mulher a servir como diretora da organização. Enérgica e motivada, Bonham Carter concentrou seus esforços na tentativa de "acordar o mundo" sobre as pretensões do governo de Hitler e os perigos de uma nova guerra, especialmente pela ameaçadora proposta de expansão na Europa e da disseminação de ideais totalitários.
"Posso dizer com sinceridade que nada em minha memória política jamais me comoveu mais profundamente ao horror e à indignação do que os eventos recentes na Alemanha", disse ela.
O livro de procurados de Hitler
Devido às críticas fervorosas e disseminação de ideologias contrárias às suas na Inglaterra, Hitler optou por acrescentar Violet em seu "livro negro", uma espécie de documento confidencial onde ele colocava nomes que pudessem levar riscos a seu império. Segundo registros oficiais, as pessoas inclusas no manuscrito seriam imediatamente presas caso os soldados alemães conseguissem capturar a ilha britânica.
(Fonte: Wikipedia / Reprodução)
Após a Segunda Guerra Mundial, as palavras da ativista se espalharam e impulsionaram a formação de uma Europa unificada, carregando apoio às leis em defesa do aborto e da homossexualidade. Violet morreu em 19 de fevereiro de 1969, aos 81 anos, deixando um enorme legado de participação feminina no continente e marcando a Câmera dos Lordes com seu título inédito e expressivo de Baronesa Asquith de Yarnbury.