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Os efeitos da guerra no desenvolvimento infantil
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Recreio
23/11/2023 17h12
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A guerra, inegavelmente, instaura repercussões profundamente devastadoras, sobretudo em crianças. Esta situação é caracterizada por uma extrema violência que acarreta danos de ordem física, emocional, psicológica, sexual, além de privações e o abandono, configurando um ambiente de profunda angústia para todos os que nela se veem envolvidos.

A exposição à guerra, por sua vez, traz consigo severas consequências de natureza emocional, notadamente marcadas pela manifestação de quadros de ansiedade, medo e depressão, os quais, com frequência, resultam em comportamentos de índole agressiva, no isolamento social e, ainda mais alarmante, na regressão do desenvolvimento de habilidades previamente adquiridas pelas crianças.

Cabe ressaltar, de forma enfática, que é absolutamente impraticável preparar uma criança para as vicissitudes da guerra, uma vez que o crescimento saudável demanda desafios, ao invés de ameaças. No caso de crianças em tenra idade, torna-se imperativo evitar a exposição a conteúdos violentos disponíveis nos meios de comunicação, com especial atenção para as notícias de guerra que frequentemente retratam cenas de agressões e morte.

Não obstante, para crianças mais maduras, situadas na faixa etária entre quatro e seis anos, é recomendável adotar uma abordagem prudente diante da inevitabilidade da exposição a conteúdos violentos. Nesse contexto, a discussão acerca das notícias de guerra deve ser conduzida de maneira sensível, propiciando uma oportunidade para explorar os pensamentos, sentimentos e conhecimentos da criança a respeito do conflito armado, permitindo, igualmente, uma reflexão sobre valores humanos fundamentais, tais como solidariedade e empatia.

Abordar o tema da guerra e suas nefastas consequências apresentam, portanto, uma oportunidade ímpar para o ensino de valores como a empatia, a partilha, a colaboração e a participação em atividades de cunho comunitário, mesmo em meio à brutalidade do contexto bélico.

*Saulo Batista, coordenador do curso de Psicologia da Estácio Ribeirão Preto.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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