Caixa mágica: golpistas fingiam transformar papel em dinheiro
Tecmundo
O Fantástico noticiou no domingo (3) a prisão, em Goiânia e São Paulo, de quatro suspeitos de integrar uma quadrilha responsável por um golpe aparentemente tosco, mas que rendeu aos seus membros valores entre R$ 300 mil a R$ 1,2 milhão por vítima. Para iludi-las, os meliantes usavam uma “caixa mágica”, que multiplicava cédulas de dinheiro.
De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o golpe é antigo e vem sendo aplicado desde 2011, com vítimas em Rondônia, Mato Grosso, São Paulo, Pará, Tocantins, Amazonas, Distrito Federal e Goiás. Segundo a reportagem, a ação ocorreu no dia 22 de junho, com a prisão do líder do grupo, José Lúcio Antunes Costa e outros três suspeitos.
Como funcionava o golpe da "caixa mágica"?
Fonte: MP Goiás/Divulgação.
O promotor Juan Borges, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) explicou ao Fantástico que o golpe tinha início quando os representantes do grupo se apresentavam às futuras vítimas como “corretores”. Usando carros de luxo, e sempre bem vestidos, marcavam encontros “em hotéis badalados, com bebidas caras".
Durante a “reunião de negócios”, os criminosos encenavam uma falsa fábrica de cédulas. Eles pegavam uma quantia em dinheiro do convidado, colocavam as notas dentro da “caixa mágica” de isopor, deixando-as de molho em uma água colorida, garantindo que elas seriam copiadas, ou seja, os valores se duplicariam.
A mágica e a vergonha
Para a "mágica" funcionar, os golpistas preparavam de antemão uma caixa exatamente igual à usada no encontro, com uma pequena cobertura de dinheiro e o restante com papel em branco. Durante a apresentação, eles distraíam a vítima e trocavam as caixas, ficando com aquele dinheiro de verdade que era colocado no início. Para escapar com tranquilidade, diziam às vítimas que as notas precisavam ficar de molho por 24 horas.
Um dos motivos para o sucesso do golpe, segundo Borges, foi o fato de as vítimas, por vergonha, não denunciarem o caso. Embora os integrantes da quadrilha possam pegar uma pena de até 82 anos de prisão, não se pode falar em falsificação de dinheiro, pois, de acordo com o MP, isso não ocorreu de fato. Na verdade, "as vítimas caíram numa ilusão", conclui o promotor.