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Qual é a relação entre o medo da morte na infância e a inteligência elevada?
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Qual é a relação entre o medo da morte na infância e a inteligência elevada?

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Tecmundo
20/02/2025 21h30
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A relação entre inteligência e questionamentos profundos é amplamente reconhecida. Mas e se o medo da morte fosse, na realidade, um sinal precoce de uma mente excepcional? Essa foi a hipótese central de um dos meus estudos, cujos resultados indicam uma conexão significativa: crianças que, desde muito cedo, demonstram uma preocupação intensa com a finitude e os riscos da vida tendem a apresentar um quociente intelectual elevado e, em muitos casos, traços de dupla excepcionalidade.

Minha observação começou dentro de casa ao notar que meu filho de cinco anos frequentemente demonstrava um temor atípico sobre a morte e situações de risco. Paralelamente, relatos como os do ator Keanu Reeves, que desde cedo refletia obsessivamente sobre a própria mortalidade, reforçaram minha curiosidade. Para aprofundar a investigação, lancei uma enquete no grupo Gifted debate, uma comunidade de mais de 500 superdotados, e a maioria quase absoluta dos membros confirmou ter vivenciado essa mesma angústia a partir da infância ou adolescência.

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Crianças altamente inteligentes tendem a ter uma consciência existencial aguçada. (Fonte: Getty Images)

Pela revisão bibliográfica, a literatura revelou um padrão. Crianças altamente inteligentes tendem a ter uma consciência existencial aguçada, compreendendo conceitos abstratos como finitude e fragilidade humana muito antes da maioria. A literatura sobre superdotação já aponta que indivíduos com QI elevado frequentemente demonstram uma sensibilidade emocional intensa e uma percepção ampliada da realidade – características que podem fazer com que o medo da morte se manifeste de maneira precoce e persistente.

Se, durante a evolução, o instinto de autopreservação garantiu a sobrevivência da espécie, em indivíduos com quociente intelectual elevado esse mecanismo parece se manifestar de forma mais intensa, tornando-os mais cautelosos, hiperconscientes e, muitas vezes, ansiosos diante do desconhecido. É uma linha tênue entre inteligência e angústia.

A conclusão do meu estudo sugere que essa relação não deve ser vista como uma simples coincidência, mas sim como um reflexo de como mentes inteligentes percebem o mundo. Se uma criança se preocupa constantemente com a morte, talvez ela não precise apenas de conforto, mas também de estímulos adequados para sua forma única de interpretar a vida.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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