Senado vai convidar Elon Musk para falar sobre polêmicas com a justiça brasileira
Tecmundo
A Comissão de Segurança Pública do Senado brasileiro quer ouvir o bilionário Elon Musk em uma audiência pública. O empresário foi convidado para participar via videoconferência de uma sessão, em uma proposta do senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Fora os políticos e o CEO da Tesla e da SpaceX, a conversa envolverá também "representantes legais" de outras plataformas digitais populares no Brasil, como YouTube, Instagram, Facebook e Twitch. A data da sessão ainda não foi agendada, mas a proposta foi aprovada por unanimidade na comissão do Legislativo.
O objetivo da audiência é debater a mais recente edição dos Twitter Files , um conjunto de documentos e emails internos da rede social que supostamente mostra irregularidades da Justiça brasileira por meio de ordens judiciais.
Os jornalistas Michael Shellenberger e David Ágape, que são os principais responsáveis pela publicação dos documentos no Brasil, foram ouvidos na quinta-feira (11) no Senado em outra comissão a de Direito Digital.
Até agora, Musk não se pronunciou sobre o convite em seu perfil na rede social X, o antigo Twitter, que é atualmente o seu principal canal de comunicação.
Relembre a polêmica de Musk com o Brasil
A controvérsia entre uma das pessoas mais ricas do mundo e autoridades brasileiras começou no último sábado (06) , quando Musk repercutiu a publicação dos Twitter Files sobre o país. Além de divulgar o conteúdo, o empresário fez críticas diretas a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Musk acusa Moraes de censura e atentar contra a liberdade de expressão. O motivo é uma série de medidas do ministro que pediu o bloqueio de contas, além de dados pessoais de donos de perfis para maiores investigações.
Em uma série de postagens no X, ele chamou Moraes de ditador e até ameaçou fechar os escritórios da rede social no país. Até o momento, Musk não divulgou provas concretas das acusações de censura fora a troca de emails de funcionários, nem detalhes das ordens judiciais citadas.
Como resposta, Moraes adicionou o bilionário na lista de possíveis investigados no inquérito das "milícias digitais" , sob acusações como obstrução de Justiça e incitação ao crime.
Dias depois da polêmica inicial, Musk continuou fazendo críticas e chegou a dizer que Moraes "tem Lula em uma coleira" . Integrantes do governo e do próprio STF criticaram a tentativa de interferência de um empresário estrangeiro na soberania nacional, já que o dono do X chegou a pedir o impeachment do ministro.