Idosa é vítima de golpistas após vender bens e transferir R$ 238,5 mil a falso Schwarzenegger
TNH1
Uma idosa de 74 anos, moradora de Caraguatatuba, no Litoral Paulista, entrou com uma ação na Justiça de São Paulo pedindo ressarcimento de R$ 238,5 mil e indenização de R$ 30 mil por danos morais após ter sido vítima de golpistas que, conforme conta, entraram em contato com ela através das redes sociais passando-se pelo político e astro do cinema americano Arnold Schwarzenegger, de 76 anos, protagonista de clássicas franquias, como "O Exterminador do Futuro".
Nos autos, ela conta que foi vítima de estelionato após achar que estava em contato nas redes sociais com Schwarzenegger, que — em inglês — dizia estar passando necessidade e pedia ajuda. "Comovida com a história do suposto ator, ela vendeu seu carro, sua casa e ainda fez alguns empréstimos", diz a peça. Ainda segundo a versão apresentada pela acusação, os golpistas diziam que o ator, "grato com a ajuda", devolveria o dinheiro em dólar através de uma conhecida empresa brasileira de transporte de dinheiro em carros-fortes.
A reportagem conversou com a advogada da idosa na área cível, Ariele Maria dos Santos, que conta que a ação é movida contra os 13 beneficiários que, entre o fim de 2020 e 2022, receberam as transferências por Pix, que somam R$238.568. Uma dessas pessoas, que recebeu R$ 15 mil, já devolveu a quantia após um acordo extrajudicial feito com a vítima e homologado pela Justiça. Ela, agora, espera reaver todo o restante.
— Agora, estamos esperando a análise do juiz referente aos demais réus do processo. São 13 no total — conta a advogada. — Nós entramos com essa ação contra todas as pessoas que receberam o dinheiro. Se realmente foram elas que aplicaram o golpe, nós não temos como dizer ainda, mas ela tem o direito de receber esse dinheiro de volta.
O caso corre também na esfera criminal, onde a idosa é representada por um defensor público. Segundo ela, antes de mover a ação contra os beneficiários dos Pix, ela fez um boletim de ocorrência na polícia local. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não se manifestou sobre o inquérito.
— O golpista, que ainda não sabemos se era homem, mulher ou se eram várias pessoas, falava em inglês com ela e ela usava o tradutor para entender e se comunicar com ele. Acreditava realmente que era o ator americano. E a abordagem foi feita pela rede social, acredito que eles tenham alguma forma de buscar o que a pessoa consome na internet e ela tem essa procura pelo ator, é muito fã dele — acrescenta.
