#AstroMiniBR: a estranha variação das temperaturas de Netuno
Tecmundo
Todas as semanas, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: A estranha variação das temperaturas de Netuno
Na segunda-feira passada (11), o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) reportou a descoberta de variações incomuns na temperatura atmosférica do planeta Netuno, o último em ordem de distância do Sol no nosso sistema solar.
Utilizando observações do Very Large Telescope (VLT) e de outros telescópios terrestres, uma equipe de astrônomos estudou as temperaturas da atmosfera do distante Netuno durante um período de 17 anos e encontrou uma tendência de queda significativa nas temperaturas globais do planeta. Isso por si só não causaria tanto espanto, não fosse por uma segunda descoberta estranha: ao invés de esfriar junto com as demais porções do planeta, o polo sol de Netuno está passando por um aquecimento intenso!
Segundo os pesquisadores que fizeram as descobertas, esses tipos de variações são inesperados, uma vez que a expectativa teórica era de que as temperaturas de Netuno fossem aumentando gradualmente e não o contrário.
Para fazer essa descoberta, os astrônomos analisaram imagens térmicas do que mostraram que a temperatura média global de Netuno caiu 8 °C entre 2003 e 2018 e que as temperaturas do polo sul subiram rapidamente 11 °C nos dois últimos anos das observações, entre 2018 e 2020. O porquê isso está ocorrendo ainda não é conhecido.
#2: O primeiro ser humano no espaço!
No dia 12 de abril de 1961, data que comemorou o marco de 61 anos semana passada, Yuri Gagarin partiu para a viagem que colocaria seu nome na história como o primeiro ser humano a ir ao espaço. O meio de transporte que realizou esse feito foi uma pequena espaçonave de pouco mais de 1,80 metros de diâmetro chamada Vostok 1, tão rudimentar que qualquer cientista hoje em dia teria um ataque de nervos só de pensar em colocar alguém ali e levá-lo ao espaço.
Porém, contando também com um pouco daquilo que se chama de sorte, o cosmonauta russo foi ao espaço e retornou são e salvo para a superfície da Terra naquele 12 de abril. Este foi um dos marcos mais importantes da corrida espacial travada entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética durante a Guerra Fria com o intuito de demonstrar a soberania no espaço.
O voo de Gagarin durou pouco mais de 100 minutos, ocorreu a uma altitude de cerca de 315 quilômetros da superfície da Terra e com uma altíssima velocidade de 28 mil km/h. Durante esse percurso, enquanto a Vostok 1 completava sua única e solitária órbita ao redor do planeta, Gagarin disse sua célebre e emocionada frase: “Vejo a Terra... A Terra é azul! Como é maravilhosa!”
#3: Como é trabalhar no espaço?
Não importa o quão bonita seja a vista do seu escritório (ou de sua casa, no caso de você trabalhar no home office), certamente não é mais impressionante que a vista do ambiente de trabalho dos camaradas acima.
Esse registro mostra a impressionante vista do trabalho externo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) feito pelos astronautas Luca Parmitano, da ESA (Agência Espacial Europeia), e o astronauta da NASA, Andrew Morgan.
O trabalho externo da dupla ocorreu em 25 de janeiro de 2020, durou cerca de 6 horas e teve como intuito fazer reparos térmicos no Alpha Magnetic Spectrometer, um dispositivo astrofísico que procura evidências de matéria escura e antimatéria na estrutura de treliça Starboard-3 da ISS.
#4: Você sabia que a Lua é vista de forma diferente no hemisfério norte e no hemisfério sul?
Para aqueles que já viajaram para o hemisfério norte, talvez tenham percebido que a Lua parece estar de cabeça para baixo por lá (ou, no caso de quem mora no norte e visita o sul, a Lua parece de cabeça para baixo aqui).
Para entender porque isso acontece, imagine que a órbita da Lua esteja exatamente no mesmo plano do equador da Terra. Do hemisfério norte, a Lua está no céu do sul porque essa é a direção do equador da Terra, mas, no hemisfério sul a situação é inversa.
Isso é simplesmente uma questão de orientação e acontece quando dois observadores estão olhando para o mesmo objeto de direções opostas e, naturalmente, isso significa que um vê o objeto invertido em comparação com o outro.
#5: Os sons de Marte
Se você já se perguntou como seria escutar algum som em Marte, esse é o seu momento: pegue seu fone de ouvido, aumente o volume e ouça o registro acima!
O rover Perseverance - que está na superfície do planeta vermelho - carrega dois microfones, permitindo gravar diretamente os sons de Marte! Embora a Terra e Marte sejam planetas completamente diferentes, esses sons não são tão distintos assim! Se você estivesse em Marte, ouviria uma versão mais silenciosa e abafada do que ouviria na Terra e esperaria um pouco mais para ouvir por conta da sua atmosfera mais rarefeita!