#AstroMiniBR: é possível ver outras galáxias a olho nu?
Tecmundo
Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: As noites na Antártica
Olhar para o céu noturno do ponto mais remoto do planeta não é uma oportunidade que surge para qualquer um. As maravilhas celestes, quando observadas do extremo sul da Terra, na Antártica, são espetaculares. O registro acima, em time-lapse, é prova disso. Ele foi feito na Estação Showa (ou Syowa, em japonês), uma estação de pesquisa nipônica localizada na Ilha Ongul do Leste na Antártica construída em 1957. O vídeo mostra o movimento do disco galáctico em relação ao eixo de rotação da Terra, que faz aproximadamente 90º em relação ao plano celeste no continente gelado. Nessa região, alguns corpos celestes, como estrelas do disco galáctico e até mesmo galáxias vizinhas, como a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, nunca se põem, jamais abaixando sob a linha do horizonte.
#2: A primeira imagem alinhada de uma estrela do James Webb
Mais um grande marco para o Telescópio Espacial James Webb (JWST)! Ele foi finalmente alinhado para produzir a primeira imagem unificada de uma única estrela. A maioria dos telescópios tradicionais hoje em dia – inclusive aqueles que você ou aquele conhecido seu pode ter na varanda – tem um único espelho primário que coleta a luz distante das estrelas. O JWST, porém, tem 18 espelhos! Todos eles tiveram que ser alinhados com extrema precisão para capturar a imagem que a NASA divulgou na última quarta-feira (16). A equipe do JWST concluiu essa etapa de alinhamento, conhecida como “fase fina”, em que todos os parâmetros ópticos foram verificados e testados. Os pesquisadores, além de não encontrarem problemas críticos e nenhuma contaminação ou bloqueios mensuráveis no caminho óptico do Webb, conseguiram coletar com sucesso a luz de uma estrela. Embora ainda faltem meses para o JWST entregar toda sua capacidade para observar a vastidão do Cosmos, alcançar esse marco significa que a equipe está confiante de que o primeiro sistema óptico da Webb está funcionando da melhor maneira possível e representa um importante passo para as observações futuras!
#3: Nosso planeta azul visto da superfície do planeta vermelho
Em 31 de janeiro de 2014, o rover Curiosity da NASA localizado na superfície de Marte capturou esta visão impressionante da Terra. Nela, nosso planeta natal não passa de uma minúscula luz azulada brilhante no céu marciano, com a Lua brilhando nas proximidades, logo abaixo. O rover Curiosity, operado pela NASA, foi enviado para Marte em novembro de 2011 e chegou em seu destino em agosto de 2012. O Curiosity faz parte da missão Mars Science Laboratory (MSL) e tem como principal objetivo científico explorar uma gigante cratera de impacto, chamada de cratera Gale, analisando as condições do seu clima e da sua geologia. A sonda espacial fotografou a Terra usando a câmera do seu “olho esquerdo” em seu mastro científico que se assemelha a uma cabeça robótica.
#4: É possível ver outras galáxias a olho nu?
A resposta é sim! É possível ver outras galáxias sem usar um telescópio! Você, inclusive, pode fazê-lo e é uma experiência que deveríamos buscar ao menos uma vez na vida! As nossas vizinhas galácticas mais próximas são as Grandes e as Pequenas Nuvens de Magalhães. Estas são especialmente fáceis de serem observadas do hemisfério sul do planeta (melhor para nós que estamos no Brasil). No entanto, uma das galáxias mais bonitas que podemos ver a olho nu é visível no céu noturno durante boa parte do ano: trata-se da Galáxia de Andrômeda, também chamada de M31. Andrômeda é grande e brilhante o suficiente para ser vista a olho nu em noites bastante escuras e sem Lua. A M31 é a única outra galáxia espiral além da nossa que podemos ver a olho nu. Ela está a uma distância de cerca de 2,5 milhões de anos-luz daqui e está em rota de colisão programada com a Via Láctea para daqui a alguns bilhões de anos no futuro!
#5: Um pôr do Sol em Mercúrio
Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, possui em sua superfície árida e inóspita diversas crateras de impacto cujos nomes fazem referência a diversos artistas, pintores e compositores famosos. Brasileiros ilustres como Tarsila do Amaral, Heitor Villa-Lobos, José de Alencar e Tom Jobim estão entre eles. O vídeo acima apresenta uma simulação de um pôr do Sol duplo na superfície de Mercúrio: isso acontece por conta de uma dinâmica orbital única deste planeta! Devido ao efeito de ressonância, em Mercúrio, o Sol vai nascer por algum tempo, se pôr e nascer novamente. É isso que se chama de nascer do Sol duplo! O mesmo ocorre, em sentido inverso, para o pôr do Sol.