Após lesão de Macris, Roberta comenta sobre pressão na seleção de vôlei: "Vim do meu jeito"
Sportbuzz
Depois da lesão de Macris, na partida contra o Japão, pelas Olimpíadas, Roberta foi o nome do Brasil na seleção do vôlei, para substituir a titular. A jogadora é a levantadora reserva, e a escolha não poderia ter sido diferente nesse caso.
No entanto, apesar da calma e tranquilidade que Roberta passa tanto fora, como dentro de quadra, a jogadora garante que está bem em substituir Macris. Além disso, foi ela quem ditou o ritmo no confronto contra a Sérvia, que cravou mais uma vitória brasileira.
"Eu comemoro, eu fico feliz, mas logo depois eu volto. Na minha posição, a gente precisa pensar muito, analisar o todo o tempo inteiro. Eu me fecho. Carol Gattaz até brincou: 'Hei, o que é essa cara?'. E eu respondi: 'Não, não, não. Só estou concentrada, só estava pensando' (risos). Até me deu teto preto em uma hora. Gritei tanto por uma bola, comemorei tanto que me deu até falta de ar. Mas acho que melhorei muito. No início, jogava mais séria. Agora sorrio um pouco mais", contou depois do jogo.
Apesar dessa concentração e confiança agora, Roberta revelou que no momento em que precisou entrar em quadra para substituir Macris, no terceiro set, sofreu um pouco com a ansiedade, mas antes da partida contra a Sérvia, tentou se manter calma.
"Entrar numa situação dessas é ruim. Sair do apartamento e deixar a Macris lá é muito ruim. Porque a gente sabe o quanto ela queria estar aqui, mesmo não podendo estar em quadra. Mas eu fico feliz por ter entrado. A gente vem para cá e quer sentir o gosto de jogar. Eu passei o dia concentrada, mentalizando o jogo. Vim do meu jeito. Quando ela se machucou, entrei um pouco tensa pela situação. E coloquei uma pressão maior, querendo fechar o set. Mas hoje eu vim sendo eu mesma, calma, tranquila e concentrada. Eu não funciono se não for assim", revelou.
"Não deixei entrar na minha cabeça essa questão de pressão, de respirar, de saber que estava sozinha (como levantadora). Deixei isso de lado. Vim com bons sentimentos, focar no devia fazer. Se tivesse que me cobrar por alguma boa, que virasse logo a página e pensar no que poderia estar melhor. Meu pensamento foi jogar pelo time e fazer o meu melhor", completou.
Mesmo assim, Roberta disse que é uma pessoa que se cobra. Mesmo com mais uma vitória brasileira, ela contou que não estava satisfeita com o resultado. Pelo estilo de jogo diferente do de Macris, precisou se adequar diante de muita conversa, antes e depois do jogo.
"Eu senti uma falta de precisão em algumas bolas. Eu falei com as meninas. A Macris tem um jogo mais rápido, acelerado. Ousa em algumas bolas. Eu já sou um pouco mais o oposto, opto pela segurança. Minha bola é um pouco mais barrigudinha. Mas ontem a gente conversou. Eu não tenho o que falar desse grupo. Nós nos fechamos. Conversamos muito durante, às vezes pediam para acelerar. Eu me cobro muito. Eu estou tentando ser positiva porque sei que errei em alguns momentos por precisão. Mas as meninas jogaram muito bem, consertaram as bolas que não foram boas", finalizou.